Antes de entrarmos no assunto das causas da perda embrionária em bovinos, é importante ressaltar a diferença em relação ao termo aborto. Enquanto a perda embrionária está relacionada a interrupção da gestação até 42 dias, o aborto, então, se caracteriza pela perda do feto entre 42 a 260 dias. Após o período de 260 dias, o bezerro já está praticamente formado no útero da vaca. Portanto, caso não sobreviva, é chamado de natimorto.
Nesse sentido, na reprodução bovina, quanto antes for identificada a falha na concepção, mais rápido a vaca pode retornar o cio e ser submetida a mais uma tentativa de inseminação. Tanto artificial como também natural. Dessa forma, não se compromete o intervalo entre uma gestação e outra, mantendo o padrão de eficiência.
Neste artigo, vamos entender melhor como ocorre a perda embrionária em bovinos. E, também, como prevenir o problema e ainda quais medidas tomar imediatamente após o diagnóstico. Confira!
Como ocorre a perda embrionária em bovinos?
A morte embrionária é um problema relevante para sistemas de produção de bovinos. Por essa razão necessita de um monitoramento constante para se evitar grandes perdas para os criadores.
A perda embrionária em bovinos só pode ser assim chamada até os 42 dias de gestação. Uma vez que, após esse período, o útero perde a capacidade de reabsorver o material e o organismo da vaca precisará expulsá-lo.
Entretanto, é importante destacar que, tanto depois da monta natural ou inseminação artificial, até os 18 dias de após a cobertura não é possível identificar se foi uma morte embrionária ou apenas falha na concepção. Além disso, nesse período, o retorno do estro ocorre dentro da normalidade, ou seja, após 10 a 23 dias do último ciclo estral. Já, se a morte do embrião ocorrer após os 20 dias do serviço, esse retorno vai demorar mais para ocorrer.
A perda embrionária em bovinos pode ocorrer por uma série de fatores ligados a causas:
- ambientais;
- infecciosas;
- endocrinológicas;
- genéticas.
A maioria dos casos está relacionada com fatores ambientais envolvendo alterações no clima, manejo nutricional e fatores estressantes.
Devido ao risco de morte do embrião nos primeiros dias após a concepção, é essencial realizar o acompanhamento por meio da ultrassonografia. O diagnóstico gestacional precoce (no período compreendido entre 25 a 35 dias) auxilia na rápida identificação da prenhez ou a sua perda. Com isso, é possível recomendar o tratamento adequado para que a vaca. Depois de recuperada, ela poderá ser submetida à inseminação novamente.
Esse parâmetro é uma medida vital pois, quando o animal for submetido ao exame definitivo de prenhez, por volta dos 50 dias de gestação, o médico veterinário junto com o produtor poderá mensurar de forma precisa o percentual de perdas no rebanho e identificar as possíveis causas
De que forma é feita a prevenção?
Como vimos, as causas da morte embrionária são bastante diversas. Altas temperaturas, por exemplo, podem levar ao animal a um estado chamado de estresse térmico. Caso isso ocorra na primeira semana, poderá afetar diretamente a qualidade dos óculos produzidos e também alterar as condições do útero para a manutenção da gestação.
As vacas de leite são ainda mais sensíveis ao calor, já que o seu metabolismo é naturalmente mais acelerado.
A nutrição adequada também é um fator determinante para as funções reprodutivas e pode levar às perdas embrionárias em bovino. Quando o animal é exposto a uma dieta restrita em fontes de energia, há uma diminuição nas taxas de fertilização, aumentando a chance de falha na concepção.
Por isso, o ideal é que no período pré inseminação e gestacional, os animais mantenham seu escore corporal normal ou ainda mais alto, para garantir condições ideais para receber o feto.
Outros fatores ligados a estresse extremo ou trauma físicos também levar a falha na concepção e, portanto, deve ser observados.
Como proceder após a constatação da perda?
Após a constatação da perda embrionária é preciso identificar as causas e tomar as medidas recomendadas.
Com isso, para diminuir as taxas de morte de embriões devem ser adotadas as seguintes práticas:
- manejo nutricional adequado, sem mudanças bruscas no alimento oferecido;
- manutenção dos animais em bom estado corporal;
- seleção de animais com histórico positivo de desempenho reprodutivo;
- descarte de fêmeas com baixo rendimento;
- selecionar animais com características adaptadas para bom desempenho no ambiente na qual está inserido;
- prevenir estresse térmico, com oferta regular de água em abundância, sombra e períodos de descanso;
- utilização de protocolos hormonais para auxílio na manutenção da gestação.
Além disso, é preciso fazer acompanhamento constante dos animais, realizando avaliação reprodutiva nas fêmeas e o exame andrológico nos touros. Além de disso, fazer o monitoramento do desenvolvimento embrionário e da gestação com o auxílio do ultrassom veterinário.
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Fonte : Select series do Brasile Milkpoint
