Na clínica veterinária é comum se deparar com sintomas que podem indicar a presença de doenças gastrointestinais. Assim, dependendo da situação, realizar uma ultrassonografia gástrica em pequenos animais é recomendado para fechar um diagnóstico.
Uma avaliação ultrassonográfica engloba alguns parâmetros pré-estabelecidos, tendo-se assim valores de normalidade que devem ser consultados para confirmar possíveis alterações. Portanto, além de conhecê-los, o médico veterinário deve saber suas principais indicações e como posicionar o animal durante o exame.
Se você se interessa pela clínica de pequenos animais e pela ultrassonografia gástrica este texto é para você! Boa leitura!
Como a ultrassonografia gástrica é realizada
A ultrassonografia é um método de diagnóstico bastante recomendado para avaliação do trato gastrointestinal e útil para complementar outras modalidades, como a radiologia, a tomografia e a ressonância magnética.
Através da técnica é possível que o médico veterinário avalie a motilidade gástrica e a identificação da espessura e da arquitetura da parede do estômago. Além disso, o exame também permite, mesmo que com menos precisão, a avaliação do conteúdo luminal.
Devido ao alto volume de gases, a técnica exige jejum alimentar entre 6 e 12 horas. É essencial realizar a tricotomia da porção ventral do abdômen e a aplicação de gel acústico sobre a pele antes de iniciar o exame. O decúbito mais indicado na ultrassonografia gástrica é o dorsal, entretanto, o lateral (direito ou esquerdo) é o mais utilizado.
Principais indicações do exame
Não é raro observar sintomas como êmese, anorexia, dor abdominal, perda de peso e diarréia em pequenos animais. Essas queixas costumam preocupar os tutores, que ao chegar em consultórios veterinários descobrem a suspeita de uma patologia do trato gastrointestinal como resposta.
Entre as principais indicações para uma ultrassonografia gástrica estão doenças como:
- Úlceras gastrointestinais;
- Doenças inflamatórias;
- Gastropatia urêmica;
- Neoplasia;
- Obstruções gástricas.
A úlcera é a ausência focal da mucosa gástrica ou intestinal. Suas causas principais são a administração de fármacos corticóides, ingestão de corpos estranhos, exercício físico intenso, neoplasias, doença intestinal inflamatória, doença hepática, uremia, etc. O problema pode ser observado na ultrassonografia, uma vez que o espessamento focal da parede gástrica com ou sem interrupção distinta da camada mucosa é viabilizado em casos de ulcerações.
Já doenças inflamatórias são variáveis dependendo do seu tipo, duração e extensão. Normalmente, o principal achado ultrassonográfico é o espessamento da parede superior a 5 milímetros em cães de pequeno porte, 7 milímetros em cães de grande porte e 2 milímetros em gatos. Uma patologia comumente observada é a gastrite.
A gastropatia urêmica é uma outra doença que se indica a ultrassonografia gástrica. Normalmente é descrita em pacientes com uremia crônica e as as alterações gástricas que podem ser observadas nestes pacientes incluem ulceração, edema de parede, necrose, mineralização da mucosa e submucosa gástrica e arteriopatia mural.
Não tão comum em cães e gatos, mas importante ser considerado são os processos neoplásicos gástricos. Os tumores encontrados na cavidade gástrica são o leiomioma, leiomiossarcoma, carcinoma, adenocarcinoma e linfoma, sendo as regiões antro pilórica e o piloro mais suscetíveis.
Por fim, as obstruções gástricas podem ocorrer por vários motivos, desde afecções até os frequentes casos de ingestão de corpo estranho. Estudos recentes demonstram que a ultrassonografia gástrica apresenta maior acurácia e sensibilidade para diagnosticar tal condição.
Parâmetros de análise na ultrassonografia gástrica
A ultrassonografia tem grande importância na avaliação gástrica por permitir a visibilização e mensuração da parede e pregas, além de possibilitar a identificação do conteúdo intraluminal. Alguns parâmetros pré-definidos auxiliam o médico veterinário durante a técnica.
Exemplos: peristaltismo gástrico de aproximadamente 4 a 5 contrações por minuto; imagem da parede do estômago em cães e gatos hígidos, incluindo a superfície luminal, compreende cinco regiões de ecogenicidade alternadas; a partir do lúmen, temos: superfície luminal, mucosa, submucosa, muscular e subserosa/serosa; as camadas mucosa e muscular são identificadas na ultrassonografia gástrica como hipoecogênicas, enquanto a superfície luminal, a submucosa e a subserosa/serosa, apresentam-se hiperecogênicas.
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Fontes: SILVA, L. C; Anais do I simpósio internacional de ultrassonografia em pequenos animais; Adriana Meirelles, NAUS.