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Como deve ser o preparo para ultrassonografia em cães e gatos?

Os exames de imagem são frequentes na rotina de médicos veterinários, especialmente para quem atua em clínicas e hospitais. No entanto, tão importante quanto saber realizar o exame corretamente é o  preparo para ultrassonografia em cães e gatos. Afinal, é essa etapa que vai permitir que o equipamento possa captar as informações internas corretamente.

É por isso que neste artigo vamos explicar mais sobre as técnicas de contenção, posicionamento do equipamento e como orientar o tutor quanto a preparação do animal para a realização da ultrassonografia.

Confira!

Preparação do paciente

O preparo para ultrassonografia em cães e gatos deve ser uma preocupação constante. É essa etapa que vai garantir que as imagens geradas pelo ultrassom veterinário sejam de boa qualidade e permitam precisão na hora do diagnóstico.

Em primeiro lugar, o transdutor pode ser usado com uma película protetora que seja aderente. No entanto, o  ar e a gordura podem influenciar na adesão à pele, portanto, devem ser removidos com o auxílio do gel acústico (a base de água) e álcool isopropílico (antes do gel).

Desse modo, para se obter uma imagem adequada é necessário que haja um contato próximo entre a pele e o transdutor, o que vai demandar também tricotomia ampla da região que será examinada.

O animal deve fazer um jejum médio de 4 a 12 horas, o que vai ajudar a evitar o acúmulo de gás no trato gastrointestinal. Entretanto, vale lembrar que a água deve ser liberada durante o preparo para a ultrassonografia veterinária  pois a bexiga cheia de urina é usada como janela acústica.

Outra maneira de diminuir a presença de gás é recomendar ao tutor o uso de fármacos antifiséticos como o dimeticolim que é indicado para pacientes com excesso de gases no aparelho digestório, ou seja, incômodo, dor ou cólicas abdominais, pois eliminação dos gases alivia estes sintomas.

Posicionamento do animal

Um dos aspectos essenciais na hora do preparo para ultrassonografia em cães e gatos mas que às vezes acaba negligenciado é o posicionamento do animal em relação ao equipamento e ao examinador. Isso facilita a melhor obtenção da imagem, ajuste do aparelho e conforto tanto para o profissional quanto para o animal.

Assim, o aparelho deve ser colocado à frente do examinador e à esquerda do paciente. O transdutor pode ser segurado com a mão direita, e a mão esquerda usada  para o ajuste dos controles. A marca do transdutor deve estar direcionada para o tórax do animal. Num plano sagital a imagem que aparece no monitor é dividida em: ventral (topo do monitor), dorsal (base do monitor), cranial (lado direito do monitor) e caudal (lado esquerdo do monitor).

Já no plano transversal a imagem é dividida em: medial dos órgãos do lado direito do animal (lado direito do monitor) e lateral dos órgãos do lado esquerdo do animal (lado esquerdo do monitor).

Para a ultrassonografia em cães e gatos, a posição de decúbito dorsal é a mais usada, principalmente para órgãos abdominais, pois pode fornecer muitas informações sobre as regiões. Ela pode ser associada à posição dorsal para visualização de órgãos específicos.

A sequência de realização do exame ultrassonográfico depende de cada médico veterinário, porém deve ser repetida em todas as avaliações. Em geral, os profissionais procedem da seguinte forma:  fígado, baço,estômago, duodeno, pâncreas, rins, glândulas adrenais, bexiga, próstata e nódulos sublombares, seguida do trato digestório remanescente e linfonodos.

É importante destacar que um bom exame deve sempre iniciar pelo órgão suspeito assim como o seu entorno, visando fechar o diagnóstico do animal.

Transdutores

No caso de pequenos animais, para se obter uma boa imagem a localização do transdutor é importante. No entanto, o tipo e frequência são os fatores que vão definir a precisão com que as imagens serão formadas.

Na maioria dos cães e gatos o transdutor mais usado é o microconvexo. Havendo disponibilidade, o recomendado é selecionar o de maior frequência (maximizando a resolução), que atinja adequadamente a profundidade do fígado. Em cães grandes, pode ser necessário um de 5MHz, e na maioria dos cães e gatos de médio e pequeno porte, um de 7,5MHz ou superior permite uma boa imagem.

Planos anatômicos ultrassonográficos

Durante um exame de ultrassonografia em cães e gatos, vários planos podem ser utilizados de acordo com a referência da posição dos órgãos no espaço e entre eles. Isso serve para facilitar a interpretação da imagem.  Dentre os mais utilizados, podemos destacar:

  • Plano sagital ou longitudinal: São planos de imagens orientados de forma longitudinal ao axis do corpo. Usado na ultrassonografia abdominal e torácica.
  • Plano transversal: São planos de imagens que passam pelo corpo perpendicularmente ao axis do mesmo e divide o corpo ou específico órgão em segmentos craniais e caudais. Usado na ultrassonografia abdominal e torácica.
  • Plano frontal, dorsal ou coronal: São planos de imagens perpendiculares aos planos sagitais e transversos e dividem o corpo longitudinalmente em segmentos dorsais e ventrais, mais usado para avaliação do rim.

Outros planos usados também são o parasagital ( que dividem o órgão paralelamente ao axis do mesmo órgão) e plano midiosagital ( divide o órgão em lado direito e

esquerdo).

Comportamento animal

Outro aspecto que não se pode deixar de lado ao abordar o preparo para ultrassonografia em cães e gatos é o comportamento animal. Em geral, os pacientes não podem ser sedados uma vez que os fármacos interferem em alguns sinais vitais que podem comprometer a investigação por imagem. Por isso, na maioria das vezes a contenção deve ser física.

Cães costumam ser mais dóceis, logo, apenas a presença do tutor auxiliando na contenção será suficiente na maioria dos casos. Gatos costumam ter o temperamento mais complicado com o adicional de que não aceitam ser deixados de barriga pra cima. Logo, o recomendado nesse caso é optar por fazer a ultrassonografia no colo do tutor, com o animal bem acomodado na medida do possível. Entretanto, alguns cuidados podem ser tomados como deixar o ambiente mais amigável com aromatização, manejo de objetos e conforto do exame.

Sala de ultrassonografia

A sala de exame ultrassonográfico deve ser escura, pois a luz pode interferir com a visão do especialista como também refletir no monitor do equipamento. Ela deve ser calma para evitar a agitação do animal além de não ter janelas de fácil acesso nas quais os animais possam fugir, principalmente gatos.

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Fonte: Unesp e Mobile Vet

 

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