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Como diagnosticar doenças neurológicas em pequenos animais

Inegavelmente, as doenças neurológicas em pequenos animais ocorrem com frequência e representam uma importante causa de morte ou eutanásia. Assim, para tomar medidas de controle e prevenção dessas doenças do sistema nervoso, é preciso saber como identificá-las.

Por isso, os profissionais da área devem sempre procurar se atualizar para reduzir o percentual de óbitos e também contribuir para a melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos animais.

Preparamos este artigo, para você entender a  importância de estar preparado para atuar nessa área. Para isso, vamos abordar as principais doenças neurológicas em pequenos animais e as principais formas de diagnóstico. Achou interessante? Então leia até o final!

Principais doenças neurológicas em pequenos animais

Múltiplas causas podem estar associadas com as doenças neurológicas, entretanto, comumente estão atreladas a fatores genéticos ou infecciosos. Assim, algumas dessas enfermidades podem ser desenvolvidas em consequência de outras doenças ou por causas desconhecidas. Por isso, umas possuem cura e outras não.

Veja a seguir as principais doenças neurológicas que acometem os pequenos animais:

Epilepsia

A epilepsia é marcada por crises de convulsões contínuas. Pode ser hereditária ou adquirida. Não tem cura, mas pode ser controlada com medicamentos.

Espondilomielopatia cervical

A espondilomielopatia cervical, também conhecida como “síndrome de wobbler” é uma doença neurológica que atinge a coluna (região do pescoço) de animais. Ela pode ser observada principalmente em cães gigantes e de grande porte.

A síndrome consiste na compressão da medula espinal cervical, que é causada pela má-formação ou pela falta de articulação das vértebras cervicais e dos tecidos brandos adjacentes.

Doenças infecciosas

As doenças infecciosas são as mais recorrentes em animais com problemas neurológicos. Elas podem ser causadas por vírus, protozoários, bactérias ou fungos, e são as principais responsáveis pelas mortes e eutanásias.

Entre as mais recorrentes estão:

  • Doenças virais: cinomose e hepatite infecciosa canina;
  • Doenças parasitárias: toxoplasmose, babesiose cerebral e amebas de vida livre;
  • Doenças bacterianas: nocardiose, meningoencefalite supurativa/abscessos;
  • Doenças fúngicas: feo-hifomicose, criptococose, mucormicose e candidíase.

Distúrbios causados por agentes físicos (traumas)

Os acidentes, quedas, brigas e atropelamentos podem acabar resultando em lesões, fraturas, compressões, lacerações ou deslocamentos. Dessa forma, tudo isso pode resultar em traumatismo espinhal medular ou traumatismo crânioencefálico. Eles são muito comuns em cães e gatos, de todas as idades.

Neoplasias

As alterações neurológicas podem também ser decorrentes de neoplasmas. Elas podem ser primárias com casos de meningiomas, oligodendroglioma, ependimoma etc. Ou secundários, como por exemplo:

  • Por metástases: linfoma, tumor venéreo transmissível, hemangiossarcoma, sarcoma, plasmocitoma;
  • Por extensão/infiltração de estruturas vizinhas para o canal medular com compressão da medula espinhal: osteossarcoma, rabdomiossarcoma, hemangiopericitoma.

Distúrbios metabólicos

Doenças metabólicas como encefalopatias hepáticas e encefalopatias urêmicas, podem desencadear alterações neurológicas.

Outros distúrbios comuns associados a doenças neurológicas são:

  • Infarto cerebral;
  • Vasculite e arterite fibrinoide;
  • Doença do disco intervertebral;
  • Meningoencefalomielite granulomatosa;
  • Granuloma de colesterol Espondilose;
  • Acidente vascular central.

Principais formas de diagnóstico

A idade, espécie, raça, localização e evolução dos sinais clínicos, são muito importantes para auxiliar os médicos veterinários nos principais diagnósticos diferenciais relacionados aos sinais neurológicos.

Assim, no atendimento, o veterinário deve ficar atento a sinais como:

  • Alteração do estado mental;
  • Tontura;
  • Alteração dos sentidos;
  • Tremores generalizados;
  • Desvio lateral da cabeça;
  • Alterações da marcha;
  • Movimentos involuntários;
  • Convulsões;
  • Insônia;
  • Fraqueza;
  • Dificuldade em engolir alimentos;
  • Cegueira;
  • Paralisia das extremidades.

Como as causas e os sintomas são diversos, a observação dos sinais pelo tutor é muito importante para identificar a doença.

O profissional deve realizar exames neurológicos usando métodos de diagnóstico complementares como a radiografia, a ultrassonografia e a tomografia.

Porém, as mais recomendadas são a ressonância magnética por permitir melhor visualização das estruturas internas e do comportamento do tecido ao ser expostos ao exame, e a eletroneuromiografia, por permitir melhor detecção de distúrbios no sistema nervoso. Em alguns casos, será necessário realizar biópsias.

Importância de estar preparado para diagnosticar

O Brasil tem a segunda maior população de pets do mundo, chegando à marca de 53 milhões. A grande maioria desses animais são cães e gatos que foram adotados como membros da família. Aliás, atualmente existem mais pets do que crianças nos lares brasileiros.

Nesse relacionamento de afeto familiar, a saúde e o bem-estar dos animais são prioridade. Dessa forma, os tutores estão dispostos a investir, mas costumam ser bastante seletivos e exigentes. A preferência geralmente é dada para os médicos especialistas e de confiança.

Atualmente, cerca de 10% dos atendimentos de animais de pequeno porte atendidos em clínicas e hospitais veterinários são relacionados à neurologia. Assim, quando se trata de doenças, a qualificação e a segurança na prática diagnóstica são essenciais para o profissional.

Somente um médico veterinário especializado nessa área pode garantir que as doenças neurológicas em pequenos animais sejam diagnosticadas de forma correta. Além de ser também mais confiável na hora de propor o tratamento.

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Fontes: CachorroGato, Pesquisa Veterinária Brasileira, Vet Quality, Doutorpet.

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