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Conheça detalhes da transferência de embriões em equinos

O mercado na área de equinos movimenta bilhões de reais todos os anos no Brasil. E não é a toa, afinal temos uma das maiores populações de animais do mundo. Além disso, proprietários e profissionais estão sempre em busca de alcançar a máxima eficiência na criação. Nesse cenário, uma das técnicas que tem ganhado cada vez mais espaço na área reprodutiva é a transferência de embriões em equinos.

Essa biotécnica foi realizada pela primeira vez há mais de 20 anos e hoje já é amplamente difundida entre médicos veterinários e produtores que buscam o melhoramento genético do rebanho, priorizando características superiores.

Você sabe como é feita a transferência de embriões em equinos? Neste artigo vamos explicar alguns detalhes da técnica e quais são as vantagens tanto para o animal quanto para o proprietário. Vamos ainda apontar os principais erros cometidos na hora de realizar o procedimento. Confira!

Como é feita a transferência de embriões em equinos?

Inegavelmente, a transferência de embriões, ou TE, é uma técnica de reprodução equina bastante lucrativa. A TE tem como principal objetivo alcançar o melhoramento genético e a eficiência reprodutiva. Isso é possível pois, com essa biotécnica, uma égua doadora cujas características sejam geneticamente superiores consegue produzir um maior número de potros ao longo da vida.

Desse modo, a TE consiste em realizar a coleta de embriões de um animal doador e transferi-lo para uma égua receptora. Assim, para iniciar o processo, em primeiro lugar é preciso avaliar a fêmea e o momento exato que ela entra em estro. Isso pode ser feito com auxílio da ultrassonografia veterinária.

Nesse período, a égua pode ser submetida a monta natural pelo garanhão escolhido ou passar por uma inseminação artificial. A IA é procedimento no qual o sêmen pode ser de qualquer animal que tenha as características desejadas (independente da localização) e que, por isso, é extremamente vantajosa.

De uma forma geral, o procedimento se inicia após um período de 6 a 9 dias da fecundação. Com o auxílio das imagens geradas pelo ultrassom veterinário, uma sonda é introduzida no útero da fêmea e o embrião é coletado.

Em seguida, o material é depositado em uma receptora que deve ser previamente preparada e escolhida e a partir de suas características físicas . Afinal, ela precisa ser apta para desenvolver uma gestação saudável e apresentar características maternas tais como amamentar o potro até o momento adequado. Vale destacar que, apesar de a partir dos 2 anos a égua estar apta à gestação, a idade recomendada é 3 anos. Nessa idade, seu corpo estará completamente formado.

Seleção de doadoras e receptoras

Existem diversos fatores que influenciam no resultado da TE, tais como a qualidade do sêmen do garanhão, dia da coleta e método escolhido para realização da técnica e habilidade do profissional. Mas, sem dúvida o ponto chave do sucesso é o manejo das doadoras e receptoras de embriões.

Doadoras

Quando se trata da avaliação das doadora alguns fatores também são de suma atenção. Afinal, interferem na taxa de recuperação embrionária. Como por exemplo, as condições uterina e a idade do animal. Já que, quanto maior for a idade da doadora, menor é a taxa de recuperação dos embriões. De uma forma geral, é preciso avaliar todo histórico da égua incluindo as diretrizes do registro da raça, taxas de fertilidade e sistema reprodutivo. Os critérios de avaliação incluem os seguintes requisitos:

1. ter idade entre 3 a 10 anos;

2. estar com peso adequado;

3. ciclos estrais normais;

4. sem alterações músculo esqueléticas;

5. ter um bom comportamento;

6. possuir desenvolvimento mamário

Receptoras

Já para montar um plantel de receptoras com um padrão de qualidade alto é preciso que os animais tenham algumas características, entre as principais podemos destacar:

1. apresentar ciclos regulares;

2. serem fáceis de manejar;

3. possuir boas condições corporais e de saúde;

4. ter o tamanho semelhante ao da doadora.

Quais são as principais vantagens da biotécnica?

A TE baseia-se no fator da carga genética da égua receptora, que carrega o potro até o final da gestação, não influenciar em nada nas características deste animal. Isto é, ela é apenas uma “barriga de aluguel”. Portanto as características do potro serão determinadas pela égua que produziu o óvulo e ao garanhão que foi utilizado o espermatozóide para fertilizá-lo.

A técnica está apoiada também no fato de que nos primeiros 15 a 17 dias de gestação, o embrião equinos ter vida livre no útero. Ou seja, eles migram entre os cornos uterinos e não formam nenhum anexo embrionário durante este período. A utilização da técnica trouxe diversas vantagens e todas elas são fortes aliadas do melhoramento genético.

A utilização da transferência de embriões em equinos é bastante vantajosa, tanto para criadores como também para os próprios animais. Portanto, confira alguns dos principais benefícios a seguir:

  • produção de mais de um potro por ano por fêmea;
  • gestação de potros de fêmeas doadoras que competem sem prejudicar o rendimento;
  • obtenção de potros de fêmeas idosas ou com problemas relacionados à gestação mas que possuem alto padrão genético;
  • obter potros de fêmeas valiosas sem comprometer a sua saúde ou rendimento;
  • antecipar o ingresso das fêmeas na reprodução;
  • escolha do sêmen de alta qualidade sem necessidade da monta;
  • opção de compra e venda de embriões de éguas e garanhões a escolha;
  • avaliação da progênie materna em um curto espaço de tempo.

Erros mais comuns durante o procedimento

Para que a transferência de embriões em equinos seja vantajosa e bem-sucedida, é preciso eliminar o risco de alguns erros durante o procedimento. Por isso, é fundamental contar com médicos veterinários que sejam capacitados na área.

Os principais erros são:

  • manejo nutricional inadequado e condições precárias de vida pois podem prejudicar o êxito durante a TE;
  • não fazer um rígido controle do ciclo estral;
  • escolher o sêmen de baixa qualidade ou que não foram armazenados de forma correta;
  • não avaliar as condições físicas da fêmea receptora.

Caso o médico veterinário siga todos os protocolos, as chances da transferência de embriões em equinos sem bem-sucedida é muito grande. Por isso, não deixe de investir em conhecimento e em um bom aparelho de ultrassom veterinário para realizar o procedimento.

Quer saber mais sobre o assunto? Saiba como o ultrassom veterinário pode ser utilizado na reprodução equina!

Fonte: Escola do Cavalo

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