No sistema de criação de gado brasileiro é comum que produtores e médicos veterinários tenham dúvidas sobre a necessidade de uma estação de monta bovina. Apesar de ainda não ser utilizada em todas as propriedades, a estação de monta bovina é essencial para ter um sistema eficiente e rentável. Desse modo, antes mesmo de iniciar o período é preciso ter em mente alguns fatores básicos. Bons exemplos são: condições fisiológicas da vaca, época de nascimento e época de abate e descarte de matrizes.
Se você quer entender como funciona a estação de monta bovina e suas vantagens, continue a leitura desse artigo! No final, vamos dar dicas de como ter sucesso com essa técnica de manejo!
Como é a estação de monta bovina?
A estação de monta bovina é uma estratégia manejo na qual as fêmeas em idade reprodutiva são expostas ao touro ou a inseminação artificial. Portanto, isso é feito em uma época do ano pré-determinada com o objetivo de concentrar os partos e as demais estratégias de manejo. Desmama, vacinação, vermifugação, dentre outros são algumas delas.
Normalmente se concentra no período de chuvas, no entanto, devido a variabilidade desse período no Brasil, pode se dizer que o período de montas acontece entre outubro e janeiro. Produtores que estão começando a adotar o programa, podem estender o período de setembro a março para maior adaptação dos animais.
A adoção da estação de monta bovina (EM) é importante para identificar as fêmeas de melhor desempenho reprodutivo. Afinal, as fêmeas que parem no início da estação de partos normalmente ficam gestantes mais cedo dentro da EM. Outro motivo para se adotar esse manejo é que faz com que os bezerros sejam desmamados mais pesados.
Isso porque as necessidades das vacas de corte podem ser divididas em 4 períodos, de acordo com as fases reprodutivas ao longo do ano. São elas: pós-parto, gestação e lactação, meio da gestação e pré-parto. Portanto, a estação de monta visa equilibrar a oferta de alimento ao longo do ano, visando maior eficiência.
Vantagens de adotar essa técnica de manejo
A estação de monta bovina deve coincidir com a época de melhor qualidade e disponibilidade de pastagens. Com isso, proporciona condições mais adequadas para o restabelecimento da atividade reprodutiva de fêmeas e dos reprodutores. Isso irá resultar maiores índices de prenhez, já que as condições são propícias para alta viabilidade embrionária. Já os bezerros nascidos nesse período terão o padrão mais uniforme, facilitando a sua negociação.
Além disso, com a EM bem-definida, é possível que as vacas iniciem a época da parição no período mais propício do ano. Que são os meses de agosto a outubro. Nesse momento, a incidência de doenças nos bezerros é baixa. A concentração de partos também facilita as atividades de manejo reprodutivo rotineiras como sincronização de cio e inseminação de matrizes.
Outra vantagem da estratégia de estação de monta bovina é facilitar a identificação de fêmeas com baixa produção. Tanto no que diz respeito a dificuldade de emprenhar como também em relação a produção de bezerros leves. Assim, o descarte de vacas vazias (identificadas durante o diagnóstico de gestação de abril a maio) ocorre antes do início da seca, além de liberar o pasto para as fêmeas prenhes, possibilita a seleção de matrizes para melhor eficiência reprodutiva.
Do mesmo modo, os machos inférteis ou com baixa fertilidade, podem ser identificados e substituídos, por meio de exames andrológicos completos, nos meses que antecedem a estação de monta.
Por fim, a estação de monta bovina permite a adoção com eficiência de diferentes práticas de manejo reprodutivo com o objetivo de reduzir substancialmente os custos da produção.
10 dicas para ter uma estação de monta bovina bem-sucedida
Que a a estação de monta bovina é benéfica para a produção, não há dúvidas. No entanto, vale destacar que são vários os fatores que devem ser avaliados antes de adotar a estratégia. Alguns deles são:
- O período escolhido deve coincidir com a época do ano de maior disponibilidade de forragens de melhor qualidade (estação de chuvas);
- Avaliar a fertilidade dos touros com o exame andrológico e a qualidade do sêmen para não comprometer os índices de prenhez;
- Fazer a avaliação ginecológica das fêmeas antes de serem submetidas à EM para se certificar que os animais são aptos para a reprodução;
- Acompanhar o ciclo estral para determinar o período em que a vaca entrará no estro, em caso de inseminação artificial comum ou monta natural;
- Monitorar o desenvolvimento do corpo lúteo para que a vaca seja inseminada no melhor momento para garantir a fecundação bem-sucedida;
- Usar a IATF- Inseminação Artificial em Tempo Fixo para sincronizar os cios das fêmeas garantindo que possam ser inseminadas em um mesmo período e, consequentemente, os bezerros nasçam no mesmo período;
- Cuidar para que os requisitos nutricionais das vacas sejam cumpridos;
- Garantir a nutrição pós-parto que a fêmea esteja em boas condições para a próxima gestação;
- Cobrir o maior número de vacas possíveis logo no início da estação;
- Fazer o diagnóstico gestacional precoce com auxílio de ultrassom veterinário para otimizar o tempo.
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