A colite em pequenos animais, também conhecida como doença inflamatória intestinal, é uma patologia bastante comum em cães e gatos de todas as idades. Por ter causas variadas e sintomas parecidos com outros distúrbios gastrointestinais, fazer o seu diagnóstico é um grande desafio.
Neste artigo, vamos explicar melhor como essa doença é caracterizada, seus principais sintomas, métodos de diagnóstico e ainda, qual o melhor tratamento. Confira!
O que é a colite em pequenos animais?
Primeiramente, a colite em pequenos animais, ou doença inflamatória intestinal, pode ser definida como uma enteropatia crônica. Dessa forma, na maioria dos casos, causa diarreia crônica nos pacientes. É uma doença comum em animais na fase adulta, mas eventualmente também pode acometer filhotes ou idosos.
De maneira geral, podemos caracterizar a colite como uma inflamação na mucosa gastrointestinal que se manifesta em forma de diarreia. O nome colite se refere a parte do sistema digestivo a qual está relacionada: o cólon. Essa é uma área do intestino que onde mais água é absorvida. Com isso, quando há uma inflamação, as diarreias apresentam grande volume aquoso.
Basicamente se apresenta de duas formas:
- aguda: repentina e de curta duração.
- crônica: dura pelo menos duas a três semanas ou é recorrente.
A sua origem, muitas vezes, pode estar relacionada a causas bacterianas, alimentícias ou ainda idiopática, ou seja, sem causa aparente. Fatores externos como condições do ambiente e a saúde de outros animais (ou humanos) que vivem no mesmo espaço também influenciam
Como identificar a doença?
Devido à presença de sintomas pouco definidos e comuns a outras patologias, o diagnóstico da colite em pequenos animais, acaba sendo dificultado. Por exemplo, em gatos, é um grande desafio fazer a distinção entre essa doença e o linfoma intestinal. Além disso, alergias alimentares podem causar os mesmos sinais, o que dificulta ainda mais o trabalho do médico veterinário.
Em geral, os principais sinais clínicos da doença inflamatória intestinal são:
- aumento do número de evacuações mas com menor volume;
- presença de muco ou sangue fresco nas fezes.
- em geral, não há vômitos, no entanto, o animal tende a perder peso devido a desidratação ocasionada pela diarreia.
Por não haver um conjunto de sintomas característicos da doença, normalmente o primeiro passo é eliminar outras patologias. Tais patologias podem ser tanto metabólicas como infecciosas.
Avaliação do paciente
Primeiramente é fundamental é avaliar o histórico do paciente bem como o relato dos tutores sobre o seu comportamento nos dias anteriores aos sinais. Deve-se relacionar essas informações com os achados físicos assim como a predisposição racial, ambiente no qual está inserido e também a sua dieta.
Outra etapa importante do diagnóstico é solicitar o exame de fezes para a detecção de endoparasitas e patógenos entéricos, por exemplo, a Giardia. Já os exames clinicopatológicos devem ser usados para detectar e caracterizar a colite ou outras doenças que não estejam ligadas ao trato intestinal mas que interferem nos sinais apresentados. Os principais exames são:
- hemograma completo;
- exame de urina
- imunorreatividade semelhante à da tripsina
- teste de estimulação com ACTH, T4
- livre/TSH;
- ácidos biliares
- hipoproteinemia;
- hipocalcemia
- hipocolesterolomia;
- leucopenia
- leococitose
- baixos níveis de cobalamina ou folato
O diagnóstico por imagem também atua como ferramenta complementar uma vez que também auxilia tanto na identificação da doença quanto em outras condições. O médico veterinário pode usar tanto a radiografia e a ultrassonografia, com a qual é possível observar casos de obstrução, intussuscepção, massas focais, espessamento, perda de camadas, aspecto hipoecoico e estriações hipercoicas.
Indicações de tratamento
Depois de identificar a presença de colite é crucial dar início ao tratamento. Quando se trata de colite aguda, os próprios mecanismos de defesa do animal conseguem restabelecer o funcionamento normal do corpo. No entanto, é preciso ter atenção quanto a evolução dos sintomas clínicos. Se a duração se estender, é fundamental proceder com as etapas do diagnóstico.
Quando se tratar de colite crônica, é preciso seguir com os protocolos e ir eliminando outras possíveis causas. As mais comuns são:
- parasitas;
- infecção bacteriana;
- patologia sistêmica;
- linfoma;
- neoplasias.
Confirmada a presença de doença crônica intestinal, é preciso realizar a biópsia para definir o melhor tipo de tratamento.
No geral para a colite crônica podem ser necessárias dietas especiais ricas em fibra e hipoalergênicas, imunossupressores, probióticos, etc. Em alguns casos é necessário o uso de antibióticos.
Caso a colite em pequenos animais não seja diagnosticada e tratada a tempo, o animal pode ser sofrer com a desidratação e a desnutrição.
Nesses casos, entender sobre as técnicas de diagnóstico por imagem é essencial para garantir um bom atendimento ao paciente. E você, quer estar pronto para identificar esta e outras patologias com o auxílio dos exames de imagem?
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Fonte: Revista Cães e Gatos; Royal Canin.