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Epilepsia em cães e gatos: entenda o diagnóstico e tratamento dessa doença silenciosa

Existem diversas doenças que são comuns entre humanos e animais. Apesar de muitas vezes se manifestarem de maneira diferente e ter tratamentos diversos, costumam ter a mesma origem. Uma dessas patologias é a epilepsia em cães e gatos.

Podemos classificar a epilepsia como um distúrbio do sistema nervoso central, caracterizado pela predisposição em gerar crises recorrentes e espontâneas devido a atividade hipersônica dos neurônios. Apesar de ser uma patologia relativamente comum, tanto médicos veterinários quanto tutores ainda tem diversas dúvidas sobre o assunto. Por isso, no artigo de hoje vamos explicar melhor do que se trata essa doença e o seus diferentes tipos. Além disso, vamos mostrar que, apesar de ser silenciosa, é possível fazer um diagnóstico precoce e minimizar os danos causados ao animal.

O que é epilepsia?

O nome epilepsia é utilizado para designar crises e manifestações de descargas neurais paroxísticas, excessivas e sincrônicas. É um distúrbio cerebral que, na maioria das vezes é causado por uma predisposição persistente do cérebro de forma recorrente e espontânea.

Dessa forma, a epilepsia em cães e gatos é um processo patológico que causa convulsões periódicas e imprevisíveis. No entanto, nem toda crise convulsiva está ligada a ocorrência de epilepsia.

Já as convulsões podem ser definidas como atividades elétricas anormais do encéfalo que causam alterações temporárias no comportamento. A causa para esse transtorno são so disparos rítmicos e desordenados de alguns neurônios. Apesar de estarem ligadas à manifestação clínica da epilepsia, não representa a doença em si. Afinal, as convulsões podem ter outras origens.

Tipos de epilepsia em cães e gatos

É importante que as crises de epilepsia em cães e gatos sem classificadas quanto seu tipo e origem, uma vez que isso é o que irá guiar no levantamento diagnóstico do paciente.

Confira as diferenças entre eles a seguir!

Epilepsia idiopática

Mais comum em cães, a epilepsia idiopática é caracterizada quando não há nenhuma causa aparente identificada, além da predisposição familiar.

Nesse tipo, há uma redução no limiar convulsivo no qual os dois hemisférios sofrem descargas neurais, levando à crise em si. Além disso, não há indícios de outra causa intracraniana e os animais são neurologicamente normais nos períodos entre as crises.

Os animais normalmente são afetados pela doença na fase compreendida entre 1 e 5 anos de idade. Ocorrências em cães com menos de 6 meses ou após os 10 anos são raras.

O mais comum nesses casos é a predisposição hereditária e uma frequência maior em animais machos.

Um animal com essa condição normalmente apresentam convulsões generalizadas junto com a perda de consciência. Mas, também podem apresentar uma evolução de convulsões focais (cabeça ou algum membro) e evoluir para uma crise generalizada.

Mesmo que varie de um animal para outro, as crises costumam ser em intervalos regulares, frequentemente durante o sono ou depois de exercícios mais intensos. Vale lembrar que o quadro pode avançar à medida que o animal envelhece sendo que a doença pode tirar até 2 anos de vida, em média, do animal.

Epilepsia sintomática

A epilepsia sintomática, ou adquirida, está relacionada com lesões ou injúrias intra ou extracranianas e é mais comum em gatos. Esse problema causa danos neurológicos, inclusive nos períodos entre as crises.

As suas causas estão ligadas a lesões iniciais no encéfalo. Ou, aquelas que atingem indiretamente o sistema nervoso central (extracranianas), tais como:

  • hipoglicemia;
  • encefalopatia hepática;
  • hipocalcemia;
  • inflamações infecciosas;
  • distúrbios congênitos
  • neoplasias (principalmente em animais acima de 6 anos)

A epilepsia em cães e gatos de origem sintomática deve ter uma investigação precisa, utilizando os métodos de diagnóstico por imagem e exames de sangue. Geralmente, os exames complementares do animal com o distúrbio não apresentam anormalidades. O tratamento recomendado é o mesmo para epilepsia idiopática, porém o prognóstico tende a ser melhor.

Como identificar essa doença silenciosa?

A epilepsia em cães e gatos pode se manifestar de duas maneiras: com convulsões generalizadas ou focais. Na primeira, a descarga elétrica afeta todo corpo, aumentando a tensão nos músculos, fazendo com que o animal caia com os membros esticados. Em seguida, inicia um processo de tensionamento e relaxamento rápido, causando movimentos bruscos. Esse é o tipo de manifestação mais comum.

Por outro lado, as convulsões focais atingem apenas regiões específicas do corpo. Entretanto, em ambos os casos animal está inconsciente, mesmo que esteja de olhos abertos.

Pode acontecer também do animal apresentar o movimento de ficar virando a cabeça de um lado para o outro e ter comportamentos estranhos como perseguição da própria cauda ou mastigar as patas.

Em situações mais incomuns, o cachorro pode ter sinais como vômito, diarreia, desconforto abdominal, salivação excessiva, deglutição repetitiva e lambedura compulsiva de tapetes ou do próprio chão.

Um dos grandes desafios do médico veterinário no diagnóstico da epilepsia em cães e gatos é que, quando os tutores o procuram, dificilmente o animal está manifestando os sinais clínicos da doença (convulsões). Por isso, contar com a ajuda deles é essencial para diagnosticar a doença.

Sempre que possível, peça aos responsáveis pelo animal que anotem os detalhes do episódio de convulsão ou eventos que indiquem mudança na rotina, bem como duração das crises e alterações dos sinais. Também é interessante ter dados sobre a relação do ocorrido com alguma atividade que o animal realizou.

Com essas informações aliadas aos dados dos exames clínicos e de imagem, ficará mais fácil diagnosticar a patologia. A ultrassonografia veterinária [é uma opção para obter informações complementares sobre a situação do animal. Do mesmo modo, exames oftálmicos e neurológicos podem ser solicitados a fim de realizar uma investigação mais profunda.

Qual é o melhor caminho para prevenção?

A epilepsia em cães e gatos não tem cura. No entanto, existem tratamentos que tem como objetivo minimizar os danos à saúde e a qualidade de vida do animal. Portanto, pode ser necessário a utilização de medicamentos anticonvulsivantes, muitas vezes pelo resto da vida do animal. Com isso, as crises podem ser reduzidas em até 80%.

Também não é possível prevenir o problema de forma clara, sobretudo pois há muita influência da predisposição genética. Algumas raças de cães são mais propensas a desenvolver o problema, por exemplo:

Com isso, as crises podem ser reduzidas em até 80%. Também não é possível prevenir o problema de forma clara, sobretudo pois há muita influência da predisposição genética. Algumas raças de cães são mais propensas a desenvolver o problema, por exemplo:

  • pastor alemão;
  • pastor belga tervuren;
  • keeshond;
  • beagle;
  • dachshund;
  • labrador retriever;
  • golden retriever;
  • border collie;
  • pastor de Shetland;
  • english sheepdog;
  • irish wolfhound ou lébrel irlandês;
  • vizsla;
  • bernese mountain;
  • springer spaniel inglês.

No caso da epilepsia adquirida, é preciso observar a lesão ou doença que desencadeou o problema e acompanhar as consequências para a saúde do animal. É importante reforçar com os tutores que, caso o animal apresente sinais da doença, ele não deve se reproduzir, pois a chance de transmitir a doença para os descendentes é grande.

De todo modo, caso faça um diagnóstico de epilepsia em cães e gatos, é imprescindível fazer o acompanhamento constante e o monitoramento da doença para garantir qualidade de vida para o animal.

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Fonte: Infoescola,  Revista Cães e Gatos e Revista Científica de Medicina Veterinária

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