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Saiba mais sobre o diagnóstico da hiperplasia prostática benigna em cães

A hiperplasia prostática benigna em cães (HPB) é uma doença que afeta, principalmente animais a partir de 5 anos que não sejam castrados. Basicamente, trata-se de uma divisão anormal nas células que resulta no aumento do tamanho do órgão. No entanto, ao contrário do que acontece nos humanos, dificilmente evolui para um tumor maligno.

Apesar disso, pode trazer sérias consequências para o bem-estar dos animais. Caso não seja identificada em seus estágios iniciais.

Por ser uma patologia frequentemente encontrada em consultórios e clínicas veterinárias, é um assunto de extrema importância. E conhecer as suas características é essencial para um rápido e correto diagnóstico.  Neste artigo, vamos apresentar algumas características dessa doença e como identificar a sua ocorrência. Confira!

O que é a hiperplasia prostática benigna em cães?

A próstata é uma glândula sexual acessória (a única) presente nos cães machos. Com formato ovoide, bilobada e simétrica, fica localizada próxima do reto e bexiga. A principal função desse órgão é produzir o fluido prostático, essencial para o transporte e suporte dos espermatozoides durante a ejaculação. Nos cães, o seu tamanho varia de acordo com a idade, porte físico e raça.

Assim, a hiperplasia prostática benigna em cães é uma doença caracterizada pelo aumento da próstata. Ela acomete principalmente animais idosos. Enquanto nos humanos essa alteração está ligada ao surgimento do câncer, nos animais, a HPB tem caráter benigno e normalmente pode ser resolvida com a castração.

Os cães acometidos pela hiperplasia da próstata apresentam alguns sinais clínicos que chamam a atenção dos tutores tais como:

  • dificuldade para urinar e defecar;
  • dificuldade de se sustentar sobre os membros posteriores;
  • sinais de infecção urinária;
  • em estágios mais avançados pode apresentar infecções em múltiplos órgãos devido ao acúmulo de líquido interno.

É importante destacar que a infecção urinária pode acontecer devido à maior retenção de urina dentro da bexiga. Pois, com o aumento da próstata, a saída de líquido pela uretra fica comprometida. Desse modo, acaba criando um ambiente propício para o surgimento de bactérias. Algo semelhante acontece no reto, reduzindo a quantidade de fezes eliminada pelo animal.

Outra anormalidade que acompanha a hiperplasia prostática benigna em cães é a hérnia perineal, decorrentes da flacidez da musculatura entre o ânus e a base do escroto. Esse problema surge pois, com o aumento da pressão dentro do abdômen, levo animal a fazer mais força para urinar e defecar, muito além do normal.

Em cães utilizados para a reprodução, pode haver uma redução do potencial fecundante. Com isso, reduz a sua capacidade reprodutiva.

Quais métodos de diagnóstico mais recomendados?

Para realizar o diagnóstico da hiperplasia prostática benigna em cães é preciso fazer uma associação de sinais clínicos bem como o aumento da próstata. Ou seja, os exames de palpação retal (toque) e de palpação abdominal devem ser realizados de forma conjunta para obter melhores resultados. Além disso, é possível aferir o tamanho, simetria, consistência e mobilidade da próstata. No entanto, tais avaliações possuem baixa sensibilidade e podem não apresentar dados conclusivos.

Já a radiografia é um exame importante para fornecer uma avaliação básica de posicionamento e do tamanho do órgão. Apesar de não permitir a visualização no interior da próstata. Outro desafio nesse exame é que a presença de líquido e gordura dificultam a visualização nítida da hiperplasia.

A ultrassonografia veterinária transabdominal é o exame complementar mais recomendado e utilizado para o diagnóstico dessa doença em cães por ser um procedimento não invasivo, além de ser altamente sensível, o que permite uma avaliação detalhada do tamanho e da morfologia prostática.

A ultrassonografia em modo B (preto e branco) permite a visualização das alterações nas glândulas parênquimas, tais como a presença de cistos e aumento do tamanho. Já o modo doppler colorido é essencial para visualizar a alteração do vascularização da artéria prostática, que se torna maior e mais rápido do que se comparado com cães livres da doença.

A biópsia dos tecidos prostáticos só é realizado caso haja algum elemento inconclusivo em alguns dos exames anteriores.

Além disso, mais recentemente, alguns estudos envolvendo biomarcadores vem sendo explorados a fim de medir a atividade de algumas proteínas permitindo a avaliação precoce de distúrbios prostáticos. Os mais estudados são o antígeno prostático específico (PSA) e a fosfatase ácida (PAP), que apresentam uso na rotina em humanos. O PSA é uma glicoproteína produzida nas células epiteliais da próstata.

Indicações de tratamento

O tratamento mais indicado para hiperplasia prostática em cães é a orquiectomia. Em alguns casos, principalmente quando há interesse reprodutivo, podem ser ministrado tratamentos conservativos  com o uso de fármacos, como os inibidores da 5α-redutase; as injeções intraprostáticas e a quimioablação.

Em todos os casos, a melhor opção é atuar na prevenção, por isso incentive os tutores a realizar a castração de seus cães a partir de seis meses de idade.

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Fonte: Revista Cães e Gatose Revista Brasileira de Reprodução Animal

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