Diagnóstico de infecções uterinas em vacas: ocorrência e principais tipos

infecções uterinas em vacas

Comumente encontrada nos atendimentos a campo, as infecções uterinas em vacas são problemas relacionados à reprodução bovina e oriundos da contaminação por microrganismos no trato uterino da fêmea. Se não identificadas e cuidadas corretamente, as perdas econômicas são grandes para a propriedade, o que, consequentemente, prejudica a produtividade e a saúde do rebanho em razão das infertilidades, subfertilidades, mortes e danos epidemiológicos. 

A prevenção deve ser priorizada nas propriedades e, para isso, exige a execução correta do manejo reprodutivo. O desenvolvimento de doenças está relacionado ao pós-parto com cesarianas, natimortos, partos distócicos ou gemelares, permanência da placenta e prolongamento da involução uterina. Outros fatores podem estar ligados às patologias metabólicas e ao sistema endócrino animal. 

Siga a leitura deste artigo para entender a ocorrência e as principais infecções uterinas em vacas, assim como a melhor forma de diagnosticar por meio da ultrassonografia.

Ocorrência das infecções uterinas em vacas

O desenvolvimento de patologias no trato reprodutivo das fêmeas tem relação  com as condições do parto. Além disso, animais que sofreram com febre do leite, cetose e deslocamento do abomaso são suscetíveis às infecções no útero. Após o parto, deve-se monitorar o animal, já que o primeiro corpo lúteo pós-parto e as taxas de secreção de progesterona antecedem as doenças.

Conheça alguns tipos de infecções uterinas em vacas:

  • brucelose bacteriana
  • endometrites
  • metrite
  • piometra
  • tricomoníase

Brucelose bacteriana

Com transmissão genital e oral, a brucelose bacteriana não é muito encontrada na clínica veterinária. Contudo, ela pode causar abortamento. É muito achada em vacas jovens. Em animais mais velhos, os bezerros nascem fracos e com pouca expectativa de vida.

Endometrites

Há dois tipos de endometrite: clínica e subclínica. A primeira afeta o útero, inflamando-o e causando pus e muco. Acontece após 21 dias do parto e, muitas vezes, sem sintomas evidentes. O veterinário necessita ter atenção para o diagnóstico, pois os sinais são comuns a outras infecções uterinas em vacas e podem gerar confusão. 

A endometrite subclínica é um quadro inflamatório, mas sem pus nas secreções. O acompanhamento veterinário torna-se vital para as fêmeas diagnosticadas com a patologia, uma vez que não há tratamento específico para curá-las.

Metrite

Pacientes com metrite têm como principais sinais clínicos as infecções uterinas em vacas. São características pela presença de secreção vermelha ou marrom e com forte odor. O problema está associado com o parto, em razão de nascimentos gemelares ou retenção placentária.

Piometra

A alta gravidade do problema é um fator preocupante na bovinocultura. É uma doença do pós-parto que inibe a produção da prostaglandina, bem como é percebida com o corpo lúteo persistente e exsudatos purulentos e mucopurulentos.

Tricomoníase

Causada por protozoário, a tricomoníase gera inflamações na cérvix, útero e vagina. Em fêmeas, desencadeia abortos no começo gestacional ou repetição do cio. Além disso, por oito semanas, haverá eliminação do microorganismo no muco. Em machos, não há sinais clínicos, o que agrava a disseminação da doença entre o rebanho.

Diagnóstico por meio da ultrassonografia

A ultrassonografia é uma técnica moderna ideal para diagnóstico, visto que oferece imagens detalhadas para análise de estruturas internas com agilidade. Além disso, é pouco invasiva, o que não traz prejuízos para a saúde animal e possibilita usá-la em diferentes situações. 

Muito empregado na reprodução bovina, o exame de ultrassom ajuda na detecção de infecções uterinas em vacas. Juntamente à palpação retal, análise laboratorial e exames clínicos, torna-se possível detectar a presença de afecções e tratá-las o quanto antes. O ultrassom proporciona ao profissional acompanhar o prognóstico do paciente e observar as estruturas internas do trato, como o estado do útero, existência de secreções e outras alterações fisiológicas.

Inclusive, vale lembrar que, para os machos, o exame andrológico precisa ser implementado com frequência no rebanho. Inflamações e neoplasias testiculares são identificadas com o doppler. Desse modo, consegue-se avaliar o sistema reprodutivo masculino e saber o estado de saúde animal. 

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Fontes: Revista Veterinária; Milk Point; Rural Pecuária.

Bovinos

Atualizado em: 22 de fevereiro de 2022