Deformidades flexurais em equinos: entenda o que são e como diagnosticá-las

Deformidades flexurais em equinos

A presença de deformidades flexurais em equinos é comum, principalmente nos potros até dois anos de idade, embora animais idosos também possam ser afetados. A afecção é um dos maiores desafios dentro da clínica médica e cirúrgica de grandes animais. Afinal, qualquer alteração em suas estruturas acarreta problemas relacionados à sustentação e motilidade dos animais. 

As deformidades são caracterizadas pelo desvio da orientação normal do membro, detectadas pela permanente hiperflexão de uma ou mais regiões articulares. Normalmente, o problema é mais frequente nas regiões distais dos membros, com destaque para as articulações interfalângicas distais, metacarpo/metatarso falangiana e carpal. Entretanto, outros locais podem ser afetados. 

Diante da importância do problema para a equinocultura, médicos veterinários e estudantes com interesse em clínica de cavalos devem conhecer as causas e as complicações que o problema pode trazer para a vida do animal. Continue a leitura desse artigo e veja os pontos principais sobre o assunto!

Causas das deformidades flexurais em equinos

As deformidades flexurais são divididas entre congênita e adquirida.  

No caso de um quadro congênito, as causas são diversas, podendo estar associadas a mau posicionamento intrauterino, deficiência nutricional da égua durante a fase gestacional e a fatores hereditários. Entretanto, alguns estudos acreditam que o consumo de substâncias teratogênicas, defeitos nas ligações cruzadas de colágeno e elastina, e agentes infecciosos como o vírus da influenza na fase gestante,  podem ser um dos motivos que também venha a comprometer o desenvolvimento pleno do feto.

Já se tratando de deformidades flexurais adquiridas, as causas costumam estar relacionadas ao rápido crescimento e a uma dieta muito concentrada e rica em carboidratos. Contudo, animais submetidos a dietas pobres e introduzidos em dietas ricas também desenvolvem as alterações. 

Além da dieta, fatores ambientais também podem colaborar para o desenvolvimento do problema. Por isso, é importante se atentar a situações em que os potros são mantidos presos por longos períodos, que não se exercitam e não alongam as estruturas do aparelho de sustentação.

Principais complicações da alteração

As deformidades flexurais em cavalos consistem na incapacidade do animal em esticar por completo uma ou mais de suas articulações, causando má postura, dificuldade de deslocamento, desgaste excessivo dos cascos etc. 

As alterações do problema em potros podem ser classificadas em leves, moderadas e severas, portanto, o tratamento específico varia para cada grau de alteração. No primeiro grau, as deformidades resultam em uma leve elevação na conformação do membro e da pinça do casco, permitindo com que o potro consiga manter o peso sobre o membro e as estruturas do flexor. 

As moderadas são aquelas em que a manutenção dos tendões flexores, dos ligamentos e do peso sobre o membro se faz difícil. Por fim, o terceiro e último grau, em geral, se apresenta em mais de uma articulação como múltiplos membros, cabeça e pescoço, deformidades carpais severas, onde o ângulo flexor do carpo é menor que 90 graus, e contraturas tarsais. 

Diagnóstico e tratamento para deformidades flexurais em equinos

Os equinos evidenciam a deformação na articulação interfalângica distal entre um e quatro meses de idade, diferente da deformidade da articulação metacarpofalangiana, que se desenvolve com um ano de idade.

De maneira geral, o diagnóstico deve ser feito por meio da palpação dos membros afetados e do histórico do animal. Radiografias podem ser necessárias antes da aplicação de tratamentos para detecção de alterações secundárias que possam alterar o prognóstico. Além disso, a ultrassonografia é um recurso fundamental para se obter uma maior precisão diagnóstica.

As deformidades devem ser tratadas imediatamente após o diagnóstico, com a severidade ditando o quão agressivo será o tratamento. Quanto mais novo for o potro, melhor a resposta ao tratamento. 

Em geral, é feito o uso de talas corretivas, exercícios, fisioterapia, e alguns medicamentos, como anti-inflamatórios e analgésicos. Casos mais graves podem necessitar de intervenção cirúrgica.

Evite chegar nessa situação realizando a ultrassonografia da maneira correta! Baixe gratuitamente o Guia Digital Ultrassonografia em Equinos: da clínica à reprodução e aprenda mais sobre as diversas aplicações deste exame na rotina de atendimentos

Fontes: M, B. F. P;  L. R, B. ; Escola do Cavalo; A, M. F. C; V, P. B; G, M. C; S, A. M 

Equinos

Atualizado em: 3 de novembro de 2022