O emprego do exame ultrassonográfico em bovinos é indispensável quando se trata da reprodução desses animais. Por ser uma técnica moderna, precisa e não invasiva, médicos veterinários têm difundido cada vez mais seu uso na bovinocultura.
Realizar um diagnóstico por imagem exige treinamento e aprendizado técnico para a correta interpretação. Mas, somente com um equipamento de qualidade e bem configurado é possível fazer uso das diversas aplicações da ultrassonografia em bovinos da maneira esperada.
Se você ainda não sabe quais configurações devem ser ajustadas em um exame ultrassonográfico e quais as principais indicações para a realização da técnica, continue o artigo abaixo. Boa leitura!
Principais aplicações do exame ultrassonográfico em bovinos
Na criação de bovinos, a ultrassonografia pode ser usada em diversas situações. Além da aplicação na parte clínica – traumas ortopédicos, cardiologia, gastrointestinal, etc – o uso na área reprodutiva merece destaque.
O exame ultrassonográfico em bovinos é essencial em diversas fases e também em biotécnicas, sendo indicado para avaliação ginecológica, observação do corpo lúteo, exame andrológico, diagnóstico gestacional, transferência de embriões, aspiração folicular (OPU) e sexagem fetal.
Configurações ideais na ultrassonografia em bovinos
O ultrassom é um aparelho eletrônico que envia ondas de alta frequência e de baixa intensidade por meio de um dispositivo acoplado denominado “probe” ou sonda (transdutor). A onda sonora é um fenômeno vibratório que possui 3 características: a velocidade de propagação, a frequência da vibração e a intensidade.
Na medicina veterinária, a gama de frequências empregadas é de 3,5 a 10,0 MHz. Vale ressaltar que quanto maior a frequência, melhor será a resolução e a qualidade da imagem obtida.
Diante de um equipamento com tantos recursos, é necessário primeiramente configurá-lo para utilizar suas funções corretamente. Além da frequência, os tipos de transdutores, os modos de imagem e as características do software merecem atenção.
Transdutor
Dispositivo que, conectado ao ultrassom veterinário e em contato com o corpo do animal, transforma ondas sonoras em imagens que aparecem na tela do equipamento. No Brasil existem diferentes tipos de transdutores recomendados para os bovinos.
Linear: Indicado para exames endocavitários. Em bovinos, é introduzido pelo reto do animal, sendo mais utilizado para exames reprodutivos. Também pode ser aplicado na avaliação de ovinos e caprinos.
Convexo: Indicado para avaliar órgãos mais profundos, como, pulmões, coluna, lombar e coração. Também são bastante utilizados nos procedimentos de aspiração folicular em bovinos ou mesmo de avaliação reprodutiva de pequenos ruminantes. Sua imagem gerada é triangular (como um pedaço de pizza)
Setorial: Uma vez que a sonda tem a cabeça móvel, é bastante adequada à visualização por via transvaginal, como em aplicações de aspiração folicular, que permite imagens feitas por aquela via. Este transdutor também fornece imagens triangulares e, em alguns casos, vem sendo substituído pelo modelo convexo.
Modos de imagem
Atualmente os quatro modos mais usados em equipamentos de ultrassonografia são o A (modo de amplitude), B (modo de brilho), M (modo de movimento) e Doppler. O primeiro, presente em praticamente todos os equipamentos, é uma imagem unidimensional das amplitudes de eco para várias profundidades, mostrada como uma linha gráfica. Alguns instrumentos para mensuração da gordura subcutânea ou para diagnóstico de prenhez utilizam esse modo.
Já o modo brilho é a imagem padrão de ultrassom, bidimensional e em tons de cinza. Pode-se dizer que este é o método mais utilizado em bovinos.
O modo M está disponível em alguns aparelhos e auxilia na avaliação de estruturas em movimento, por isso é indicado no cardiocirculatório. Por fim, o Doppler é o mais moderno de todos, com escala de cores, variações de velocidade e direção de movimentos nos tecidos. Ele é bastante utilizado para detectar variações de fluxo sanguíneo.
Características do software
Com a resolução da imagem configurada e o transdutor ideal escolhido, o próximo passo deve ser conhecer as características do software do equipamento. Nesse sentido, é preciso saber se é possível congelar a imagem, medir estruturas, aplicar zoom, amplificar e duplicar imagens, gravar imagens e vídeos, entre outros recursos que podem vir a ser essenciais durante o exame.
Ao contrário da clínica de pequenos animais, na produção de bovinos o equipamento de ultrassom veterinário precisa ter mais robustez e resistência, pois também poderá ser usado no campo. Por isso, ao adquiri-lo deve-se preferir modelos portáteis, com mais recursos e bom custo-benefício.
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Fontes: Embrapa, CPT Cursos Presenciais,Shop Veterinário 1, Shop Veterinário 2
