O ecocardiograma veterinário, também chamado de ecografia, é um tipo de exame obtido por meio da ultrassonografia cardíaca. Esse tipo de avaliação permite observar o coração de cães e gatos e possíveis alterações na sua estrutura e na circulação sanguínea.
Na clínica de pequenos animais, o ecocardiograma veterinário é um diferencial tendo em vista que cardiopatias tem sido cada vez mais diagnosticadas em cães e gatos devido à sua maior expectativa de vida. Por isso, se você trabalha com essa área e quer um diferencial para se destacar de outros profissionais, é importante conhecer e utilizar essa técnica em seus atendimentos.
Quer saber mais sobre essa modalidade de ultrassonografia veterinária? Continue a leitura desse artigo e veja quando ele é indicado, às suas variações e vantagens!
O que é um ecocardiograma veterinário?
O nome “eco” vem do fato que o ultrassom registra as imagens sob a forma de ondas sonoras refletidas, ou seja, o que conhecemos como eco. Portanto, o ecocardiograma veterinário é um tipo de ultrassonografia com o objetivo de avaliar o coração do animal, levando em conta os seguintes aspectos:
- tamanho e função das câmaras que constituem o coração, os átrios e ventrículos;
- espessura das paredes;
- integridade e movimentação das válvulas cardíacas;
- padrões de fluxo sanguíneos;
- avaliação das veias cavas veias pulmonares, artéria pulmonar e aorta;
- análise do pericárdio;
- indicadores de função ventricular.
Mas, além disso, existe o ecardiograma doppler que é mais utilizada atualmente. Trata-se de um recurso que possibilita a visualização do sentido e da intensidade do fluxo sanguíneo, assim como estruturas mais ou menos vascularizadas. Essas informações fazem com que o exame seja ainda mais preciso e mais eficaz para identificar cardiopatias em pequenos animais.
Quando solicitar o ecocardiograma veterinário?
O ecocardiograma veterinário é utilizado para avaliar a anatomia, morfologia e funções do coração. É um exame essencial para determinar cardiopatias, tanto congênitas quanto adquiridas, assim como auxiliar na escolha do melhor tratamento para cada caso. Nos pequenos animais, a ecocardiografia identifica doenças tais como insuficiência valvular, cardiomiopatias, efusões pericárdicas assim como aumento das câmaras cardíacas e formações neoplásicas.
É importante destacar que o ecocardiograma não é um exame emergencial e sim uma forma de identificar as seguintes condições de forma precoce:
- edema pulmonar; suspeita de doenças cardíacas congênitas;
- confirmação de resultados obtidos com eletrocardiograma ou radiografias;
- acompanhamento de tratamento ou progressão de doença cardíaca
- avaliação de pacientes que demonstrem auscultas questionáveis na avaliação cardiopulmonar
- identificação de derrame de líquidos em casos de efusão pleural, pericárdicas ou tumores;
- exame pré-anestésico ou pré-operatório;
- exames cardiológicos de rotina.
Também é utilizado para avaliar sinais clínicos como tosse prolongada, dificuldade para se exercitar, letargia, pulso fraco, sopro cardíaco, cianose e síncope (desmaio)
Qual a diferença em relação ao eletrocardiograma?
O eletrocardiograma e o ecocardiograma veterinário são os dois principais exames para avaliar o coração e, por isso, são frequentemente confundidos.
O eletrocardiograma monitora a atividade elétrica do coração. É um procedimento simples utilizado para o prognóstico e controle de doenças cardíacas assim como sistêmicas. Como alterações eletrolíticas. Esse exame é rápido e indolor pois consiste em colocar eletrodos em determinadas partes do corpo do animal e registrar por meio de ondas a atividade elétrica gerada na região.
Já o ecocardiograma utiliza o ultrassom veterinário para obter informações sobre o coração. também não causar dor e não é invasivo, podendo ser feito com o paciente acordado.
Mesmo que os dois tipos de procedimentos sejam destinados à observação da função cardíaca, o seu objetivo é bastante diferente. O paciente que necessita realizar um eletrocardiograma, pode apresentar sinais clínicos diferentes daquele paciente que precisa realizar um ecocardiograma veterinário. Ou então, simplesmente necessitar de uma avaliação do ritmo cardíaco para um procedimento anestésico. Enquanto que, o ecocardiograma geralmente é requisitado para o melhor acompanhamento de pacientes com doença de degeneração das valvas cardíacas.
Tipos de ecocardiogramas em cães e gatos
O exame de ecocardiograma veterinário, em geral, demora em torno de 40 minutos e é realizado com o animal ainda acordado. Afinal a sedação pode interferir no monitoramento de alguns sinais vitais. Em alguns casos pode ser necessário fazer uma tricotomia na área na qual será apoiado o transdutor. Além disso, são necessários outros cuidados na hora de realizar o exame que listamos neste artigo.
Esses são os procedimentos padrão em qualquer modalidade de ecocardiograma veterinário. A seguir, vamos explicar todas as maneiras de realizar esse exame. Confira!
Ecocardiografia em modo M (movimento)
O ecocardiograma veterinário em modo M é usado para medir o diâmetro das câmaras cardíacas, da movimentação e espessura de suas paredes, além das dimensões dos grandes vasos e da movimentação das válvulas.
Ecocardiografia bidimensional
Nesse exame é feito um estudo do coração em duas dimensões. Para isso o órgão é analisado como um todo e nas relações que as estruturas mantêm umas com as outras . Como esse é um exame que fornece uma visão mais anatômica do coração, possibilita que o médico veterinário faça um estudo acurado da morfologia cardíaca. Portanto, acaba sendo muito útil para anomalias de origem congênita.
Ecocardiograma com doppler
O exame realizado com auxílio do doppler utiliza uma mudança na frequência de um feixe de ultrassom que ocorre quando refletido a partir de movimentos unicelulares sanguíneos. Assim, consegue medir a velocidade do fluxo sanguíneo.
Quando esses dados são reproduzidos no monitor do equipamento permite fazer uma avaliação de forma não invasiva do tempo, direção e características do fluxo sanguíneo dentro do coração e dos grandes vasos.
Ecocardiograma com doppler contínuo
Nessa modalidade de ecocardiograma veterinário é utilizado um transdutor de cristal que transmite e reflete os ecos simultâneamente. Dessa forma, o som é refletido de todas as áreas, até mais profundas nas quais os raios de luz penetra. Assim, a imagem do coração é obtida de forma rápida, indicando fluxo anormais.
A grande vantagem desse exame é captar fluxos variados, independente da velocidade. No entanto, não permite o mapeamento de áreas específicas.
Ecocardiograma com doppler pulsado
Nesse caso, o transdutor emite pulsos de ultrassom em intervalos regulares ao mesmo tempo em que recebe o sinal refletido no restante do tempo. Nesse instante é feita uma comparação. Então, depois da obtenção dos ecos sonoros, o equipamento transforma várias ondas de frequências diferentes que são distribuídas em um gráfico. No gráfico é possível medir uma região específica dentro do campo de imagem possibilitando a medida de velocidade do fluxo sanguíneo em uma região específica do coração.
Com isso, o doppler pulsado permite estudar uma região pequena e específica, aferição das velocidades e pressão dos fluxos. Portanto, é útil para identificar a quantidade de regurgitação valvar, na análise na análise da função diastólica dos ventrículos e
na identificação dos shunts presentes em comunicações interatriais, interventriculares e interarteriais.
Ecocardiograma com doppler colorido
O ecocardiograma veterinário com auxílio do collor doppler constrói imagem codificada da velocidade e do fluxo sanguíneo em cores sobrepostas às imagens anatômicas bidimensionais ou em modo M do coração. A imagem obtida da velocidade é decodificada em cores e é sobreposta à imagem bidimensional.
Assim, o movimento do fluxo que se desloca em direção ao transdutor é mostrado em vermelho e o fluxo sanguíneo que se distancia do transdutor em azul. Já a variância é mostrada de verde, que indica alteração ou turbulência.
Dessa maneira, a cor acentuada indica fluxo sanguíneo mais rápido e cor escura indica fluxo sanguíneo mais lento. Como o Doppler colorido é uma forma de Doppler pulsado, há propensão à ambiguidade, mostrada como uma inversão vermelho/azul
Quais são as principais cardiopatias em cães e gatos?
As doenças cardíacas (ou cardiopatias) são bastante comuns em cães e gatos, especialmente nos cães idosos. Elas podem ser adquiridas ou congênitas (o animal já apresenta a alteração cardíaca ao nascer).
As cardiopatias adquiridas mais comuns em cães são a doença na valva mitral (endocardiose de mitral) e cardiomiopatia dilatada (dilatação nas câmaras cardíacas).
Os principais sinais clínicos são:
- tosses do tipo “engasgos”;
- cansaço fácil;
- desmaio;
- emagrecimento;
- falta de ar;
- ascite (barriga d’água)
- e cianose de língua (língua de coloração azulada).
Já nos gatos, a cardiopatia mais comum é a cardiomiopatia hipertrófica, nela ocorre espessamento no músculo da parede dos ventrículos (duas das quatro câmaras que constituem o coração), essa hipertrofia diminui o espaço dentro da cavidade, prejudicando toda circulação cardíaca. Os sinais clínicos nesse caso são:
- falta de ar;
- dificuldade respiratória;
- dificuldade de locomoção com as patas traseiras;
- dor excessiva desses membros devido ao quadro de tromboembolismo
Já as doenças congênitas, se manifestam ainda quando o animal é filhote e devem ser monitoradas constantemente. As principais patologias são:
- Comunicação intraventricular;
- Estenose Pulmonar;
- Estenose subaórtica;
- Persistência do ducto arterioso (PDA).
De modo geral, as doenças cardíacas em pequenos animais são uma demanda frequente na clínica, por isso, o profissional precisa estar apto para realizar o ecocardiograma veterinário com precisão.
Para isso, além de conhecimento na área, que pode ser obtido por meio de curso de especialização, também é preciso investir em equipamento de qualidade. O E2v Cardio da Sonoscape é ideal para realizar esse tipo de exame com rapidez e acurácia. Quer saber mais sobre esse equipamento? Clique no banner abaixo e visite nosso site!