A solicitação de exame ultrassonográfico em pequenos animais acontece com frequência em clínicas e hospitais veterinários. Este diagnóstico por imagem, cada vez mais avançado, se baseia no eco emitido pelo ultrassom ao encontrar tecidos ou estruturas do organismo cujas reflexões são visualizadas por meio de computação gráfica em tempo real.
Como resultado, as imagens geradas durante o exame são fundamentais para avaliação, monitoramento e diagnóstico de possíveis problemas em cães e gatos. Mas, para chegar até esta etapa é necessário conhecimento na técnica, na preparação e na interpretação de imagens.
Quer dominar o assunto? Saiba mais ao longo deste artigo.
Técnicas de obtenção de imagens ultrassonográficas
O uso da ultrassonografia na medicina veterinária é amplamente difundido, por ser um método complementar seguro e não invasivo para avaliação de tecidos moles e, recentemente, também da superfície dos tecidos ósseos.
Em primeiro lugar é importante conhecer os tipos de modo de exibição que existem atualmente. São eles: Modo A (amplitude), Modo B (brilho ou escala de cinza), Modo M (movimento), Modo doppler e doppler colorido – modelo mais avançado que permite receber informação do fluxo e circulação vascular.
A partir desse conhecimento, uma consideração que não deve ser negligenciada é o posicionamento adequado do animal e do equipamento de ultrassonografia em relação ao examinador.
O aparelho deve ser colocado à frente do profissional e à esquerda do paciente. O transdutor é segurado com a mão direita, e a mão esquerda fica livre para o ajuste dos controles.
Quanto à obtenção de imagens, vale reforçar que existem três planos:
- Sagital: Imagem dividida em ventral (topo do monitor), dorsal (base do monitor), cranial (lado direito do monitor) e caudal (lado esquerdo do monitor);
- Transversal: Imagem dividida em medial dos órgãos do lado direito do animal (lado direito do monitor) e lateral dos órgãos do lado esquerdo do animal (lado esquerdo do monitor);
- Frontal: Imagem perpendicular aos planos sagitais e transversais e divide o corpo longitudinalmente em segmentos dorsais e ventrais.
Como preparar cães e gatos para o exame ultrassonográfico
A preparação do paciente é essencial para o bom desenvolvimento do exame. Em alguns casos pode ser indicado o jejum alimentar de 4 a 12 horas para diminuir a presença de gases. Quando a área a ser avaliada compõe o trato intestinal, por exemplo, também pode ser necessário o uso de fármacos antifiséticos.
Além disso, deve-se atentar ao comportamento do animal. Não é indicado o uso de sedativos, uma vez que os fármacos interferem em alguns sinais vitais que podem comprometer a investigação por imagem. Portanto, a contenção deve ser física. Durante o preparo não se deve esquecer de realizar a tricotomia da área onde o transdutor será passado.
Por fim, vale reforçar que a sala da ultrassonografia deve ser escura e tranquila para não agitar o animal bem como não haver interferência da luz com a visão do especialista e do monitor do equipamento.
Análise das informações obtidas na ultrassonografia
Um exame ultrassonográfico avalia um órgão de todas as formas, proporcionando informações sobre formato, tamanho, espessura e posição que ele se encontra. Para interpretar imagens de ultrassom e reconhecer muitos artefatos, o ultrassonografista deve entender a interação do aparelho com os tecidos.
Cabe ainda ao examinador reconhecer a textura dos órgãos e a terminologia usada para analisar as informações e montar o laudo final. Diante de tantos desafios, o médico veterinário que deseja realizar o exame ultrassonográfico em pequenos animais deve, antes de mais nada, investir em conhecimento.
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Fontes: SANTOS.IVAN FELISMINO CHARAS;Shop Veterinário; CBR.