O sucesso da gestação bovina é o objetivo de quem trabalha com reprodução. Todavia, apesar da pecuária brasileira estar apresentando um avanço considerável nos últimos tempos, a ineficiência reprodutiva gerada pelas perdas fetais e embrionárias ainda é recorrente.
Para evitar que esse processo tenha impacto direto com a produtividade do setor é fundamental que o diagnóstico e o acompanhamento precisos façam parte das etapas de manejo.
Ao longo deste texto você saberá quais cuidados que envolvem a gestação bovina e como o manejo de cada fase será fundamental para garantir a lucratividade esperada.
Como é a gestação bovina
Uma gestação em vacas tem uma duração média de oito meses. Há três períodos considerados mais importantes: zigoto, embrionário e fetal.
A partir do 45º dia a assimetria é evidente na pequena-bolsa, pois o desenvolvimento do feto acontece. Por volta do 120º dia, o útero toma forma de balão, ficando distendido e tenso.
Já aos cinco meses, a cérvix fica pesada e afunilada para baixo. Essa fase é denominada fase de descida. Então, no sexto mês o feto atinge a base do abdômen e finalmente no sétimo mês, o feto começa a voltar para a cavidade pélvica, iniciando a fase de subida. No oitavo e último mês de gestação, o feto começa a se posicionar para o parto.
Em alguns casos podem surgir dificuldades para diagnosticar a gestação ou possíveis anormalidades entre 5 e 6 meses. Grande parte dessas adversidades podem ser acompanhadas com algumas técnicas.
O acompanhamento do desenvolvimento fetal bovino
As falhas na gestação podem acontecer por fatores externos, maternos, embrionários, genéticos ou pelas interações materno-fetais. Diante de tantas possibilidades, a melhor maneira de evitar perdas é acompanhando todo o período.
Um método bastante comum é a palpação retal, também chamada de toque na rotina de campo. Nele, o médico veterinário introduz a mão e o braço no reto da vaca, verificando a condição da gestação ou anormalidades. Vale frisar que este método é mais recomendado somente após 28 dias da fecundação.
A palpação retal baseia-se no conhecimento da anatomia da genitália e na evolução fisiológica da gestação.
Contudo, uma das melhores formas de se obter diagnósticos e acompanhar tratamentos é a ultrassonografia. O exame ultrassonográfico gera imagens que facilitam diversas etapas do manejo bovino como um todo, mas no caso da gestação ele permite mensurar o comprimento, o diâmetro e o perímetro de órgãos e tecidos, além de analisar se o feto está saudável. A técnica também serve para determinar a idade e maturidade do feto e prever a data do parto.
Realizando o diagnóstico gestacional
A ultrassonografia na pecuária tem uma importante atuação no auxílio do diagnóstico de uma gestação bovina. Identificar a gestação na fêmea bovina o quanto antes é uma atitude estratégica. Por isso, não é mais comum esperar que a vaca apresente sinais de prenhez para só depois começar o acompanhamento.
A ultrassonografia veterinária é uma técnica que, quando ela é corretamente aplicada, apresenta alto grau de exatidão e confiabilidade – em alguns aparelhos já é possível identificar a presença de feto a partir de 19 dias depois da monta ou inseminação artificial – Além disso, vem sendo cada vez mais usada por não ser considerada invasiva.
Outros usos do exame de imagem na gestação bovina são:
- Avaliação do ciclo estral da fêmea;
- Confirmação da viabilidade fetal;
- Determinação do número de fetos;
- Descoberta prévia do sexo do feto através da sexagem fetal;
- Visualização de possíveis alterações ou processos infecciosos no trato reprodutivo.
Portanto, para que todas as etapas sejam cumpridas corretamente e o processo de reprodução culmine no sucesso esperado pela fazenda, o médico veterinário responsável precisa, sem dúvidas, ter conhecimento em gestação bovina. A melhor maneira de estar atualizado no mercado e ter segurança para realizar os procedimentos em fêmeas bovinas é se especializando em reprodução.
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Fontes: Shop Veterinário, Revista Cultivar,Dia Rural, Shop Veterinário.