Inegavelmente, conforme os cães vão envelhecendo é comum que sejam acometidos por algumas doenças e problemas de saúde. Uma patologia que é bastante comum é o hiperadrenocorticismo em cães, que tem relação direta com as glândulas endócrinas.
O surgimento desses problemas é inevitável, afinal, com os avanços da medicina veterinária a tendência é de aumento da expectativa de vida dos animais. Com isso, pacientes idosos são mais suscetíveis a desenvolver problemas poucos comuns na juventude.
Também conhecido com Síndrome de Cushing, comum em humanos, essa doença é endócrina, ou seja, é ligada a produção hormonal. É uma patologia que, por ser silenciosa, muitas vezes, acaba tendo o diagnóstico tardio, quando infelizmente, as chances de cura com o tratamento são menores.
Se interessou pelo assunto? Confira neste artigo mais detalhes sobre essa endocrinopatia, como diagnosticar e quais tratamentos são mais eficazes. Boa leitura!
O que é hiperadrenocorticismo em cães?
Primeiramente, o hiperadrenocorticismo em cães (HAC) ou Síndrome de Cushing é uma doença que ocorre com maior frequência em animais de meia idade ou idosos. Ela é caracterizada por diversas alterações clínicas e laboratoriais decorrentes da produção do cortisol, hormônio que é sintetizado pelo córtex adrenal. De uma forma geral, pode-se dizer que essa alteração é resultante da administração crônica de glicocorticóides.
Nesse sentido, existem dois tipos da síndrome:
- Hiperadrenocorticismo hipófise-dependente: ocorre devido ao crescimento de um tumor na glândula hipófise que produz quantidade excessiva do hormônio ACTH. Ele é responsável pelo controle da secreção de cortisol;
- Hiperadrenocorticismo adrenal-dependente: ocorre quando um tumor produzindo grande quantidade de cortisol se desenvolve em uma das glândulas adrenais. Com isso, pode raramente afetar ambas.
Esses tumores são responsáveis pela liberação excessiva do cortisol na corrente sanguínea do cão. Com o tempo, os sinais clínicos do hiperadrenocorticismo se tornarão mais perceptíveis.
Como identificar a doença?
A ocorrência de hiperadrenocorticismo em cães é maior em animais de menor porte, mas não é exclusivo e os sintomas são silenciosos, portanto, se confundem com o de outras patologias.
De maneira geral, os sinais mais evidentes de que o cão está passando pelo problema são:
- polidipsia (aumento na ingestão de água);
- poliúria (aumento na freqüência urinária) e possível incontinência;
- polifagia (apetite exacerbado);
- aumento do volume abdominal;
- pele fina;
- queda excessiva de pêlo;
- maior ocorrência de dermatopatias;
- atrofia muscular;
- letargia (prostração);
- hiperpigmentação da pele (pele escura).
Vale lembrar que o animal não precisa apresentar todos os sinais ao mesmo tempo, por isso, é fundamental fazer uma análise criteriosa caso haja suspeita do problema.
O diagnóstico pode ser feito a partir de exames, testes funcionais como de supressão ou dexametasona e teste de estimulação por ACTH.
A ultrassonografia veterinária do abdômen também pode ser utilizada como auxiliar no diagnóstico de hiperadrenocorticismo em cães. Por meio do ultrassom no modo B é possível enxergar alterações no formato, contornos, ecotexturas e dimensões das glândulas.
Já no modo doppler , é possível observar alterações na circulação e na vascularização sanguínea que pode conter indícios de problemas endócrinos que levem ao hiperadrecorticismo.
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De que forma é feito o tratamento?
Felizmente o hiperadrenocorticismo em cães tem tratamento. Ele pode ser cirúrgico ou medicamentoso e vai depender da origem do problema. Mas, em ambos os casos o objetivo é a redução de cortisol.
No caso do hiperadrenocorticismo adrenal-dependente é indicada a remoção cirúrgica do tumor na glândula adrenal acometida. Por outro lado, em casos de hipófise-dependente o mais recomendado é que seja feito um tratamento a base de medicação.
Hoje em dia, o medicamento mais utilizado é o Trilostano que tem, como efeito final, a inibição da produção de cortisol. Esse produto apresenta eficácia redução dos sinais clínicos por períodos prolongados e quase não tem efeito colateral.
Em suma, na grande parte das ocorrências de patologias em pequenos animais, ter conhecimento sobre a anatomia interna do animal para o diagnóstico é fundamental. Mais do que isso, dominar as técnicas de ultrassonografia veterinária deixou de ser um diferencial e sim uma demanda constante para qual você precisa estar preparado.
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