A inseminação artificial em bovinos é uma biotécnica reprodutiva que tem como objetivo o melhoramento genético do gado. Também é utilizada para a redução do tempo em que as vacas ficam vazias, ou seja, sem estar prenhe fora do período de lactação. Graças as suas vantagens, a técnica já vem sendo utilizada por muitos produtores para obtenção de eficiência reprodutiva.
Nos últimos anos, desenvolveu-se também a Inseminação Artificial em Tempo Fixo. Essa é uma variação da biotécnica que permite ainda mais precisão e agilidade.
Neste artigo vamos abordar como é feita a inseminação artificial em bovinos e suas vantagens e ainda explicar quando a ela deve ser feita com tempo fixo. Além disso, vamos dar algumas dicas para alavancar os resultados e obter mais eficiência reprodutiva em sua propriedade. Vamos lá?
Como é feita a inseminação artificial em Bovinos?
A inseminação artificial em bovinos, ou IA, é uma técnica que consiste em depositar o sêmen puro ou diluído no útero da fêmea em condições que permitam que o espermatozóide encontre o óvulo e, assim, ocorra a fecundação. Com isso, a IA pretende aproveitar o máximo os cios da matriz, fazendo com que as crias tenham maior potencial produtivo. Isso acontece pois, ideia dessa biotécnica é utilizar o sêmen de touros reprodutores com alto padrão genético.
De maneira resumida, a IA é composta por uma série de processos que se iniciam com a escolha do reprodutor e em seguida a colheita de seu material reprodutivo. Para inseminar a fêmea com alto grau de confiabilidade é preciso observar o exato momento em que ela entra no cio. Para sua identificação é recomendável submeter as fêmeas bovinas a monta e selecionar as que aceitarem. Após esse reconhecimento, o ideal é iniciar os procedimentos de inseminação com o mesmo intervalo após o cio.
Além disso, alguns cuidados básicos precisam ser tomados como a higiene dos animais. Afinal, manuseio dos botijões de acondicionamento, descongelamento correto do do sêmen, limpeza do local da inseminação, bem como a esterilização dos aparelhos utilizados na técnica são essenciais para obter os melhores resultados.
Outro ponto que você não pode ignorar é que vacas com problemas de saúde, recém paridas ou que apresentam alguma anormalidade, especialmente no tempo dos intervalos de cio, não devem ser submetidas a inseminação artificial.
Quais são as vantagens dessa biotécnica?
Quando a técnica de inseminação artificial em bovinos surgiu, inicialmente era para erradicar a transmissão de doenças durante a monta. No entanto, com o tempo, profissionais de medicina veterinária perceberam que as vantagens da IA são muitas. Algumas delas são:
- aceleração do melhoramento genético em bovinos a partir da combinação de características específicas dos bovinos, de acordo com as necessidades da sua fazenda;
- economia, sobretudo para pequenos produtores que podem comprar sêmen de boa qualidade sem precisar investir em um reprodutor. Outra possibilidade é comprar um botijão do material reprodutivo e dividir com outros produtores.
- maior padronização dos rebanhos, já que todas as vacas vão utilizar o sêmen do mesmo doador, fazendo com que todos os bezerros nascidos tenham características parecidas;
- redução de acidentes com trabalhadores e com as vacas durante a monta;
- mais descendentes a partir de um mesmo touro reprodutor;
- mais possibilidade de cruzamento entre raças bovinas;
- maior controle de dados sobre o rebanho, uma vez que, com as anotações da IA, é possível reunir dados de fecundação, garantido todo controle reprodutivo;
- dar utilidade para touros que, embora possuam alto padrão genético, estão incapacitados para a monta;
Como ter melhores resultados na inseminação artificial em bovinos?
Uma das grandes dificuldades da inseminação artificial é a observação do momento exato em que as fêmeas bovina entram no ciclo estral (cio). O problema é que isso é essencial para o sucesso da IA.
Por isso, a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) está sendo muito usada. Trata-se de uma biotécnica reprodutiva desenvolvida para inseminar um grande número de animais sem a necessidade de observação do ciclo estral, o que contorna a principal falha da inseminação artificial.
Para isso, essa técnica se baseia na sincronização dos períodos férteis das fêmeas bovinas por meio de fármacos, para inseminar o maior número em horários agendados com uma boa taxa de concepção.
A sincronização dos cios nas fêmeas representa uma diminuição do período ocioso da vaca na fazenda. Dessa forma, ela pode chegar a produzir um bezerro por ano, permanecendo seca o mínimo possível entre as lactações.
Para que aconteça a sincronia dos cios são utilizados hormônios e fármacos que não prejudicam a saúde do rebanho. Porque, são substâncias semelhantes ou iguais as que participam do processo fisiológico do aparelho reprodutivo.
Dicas práticas:
Vale destacar que para alcançar bons resultados com a IATF é preciso ficar atento a alguns protocolos como:
- Ter um controle sanitário eficaz;
- Cuidar para que o pós parto das fêmeas seja rápido e com boa recuperação;
- Realizar o manejo nutricional eficaz com quantidades e qualidade corretas de nutrientes suficiente para que o animal alcance um bom desempenho reprodutivo;
- Realizar avaliação ginecológica para atestar a saúde animal
- Avaliar o desenvolvimento corpo lúteo com auxílio do ultrassom para identificar o momento preciso para inseminação
- Possuir um controle rigoroso de fertilidade, descartando animais inférteis ou subférteis.
Tanto a inseminação artificial em bovinos quanto a IATF devem ser feitas por um profissional capacitado na área. Assim, as chances de sucesso na biotécnica serão melhores.
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Fonte: CPT Cursos Presenciais