O que é laminite equina e como identificar ?

laminite equina

A laminite equina é um tipo de afecção inflamatória grave e bastante comum nas propriedades. Se não identificada a tempo, ela pode comprometer totalmente a capacidade locomotora dos equinos, gerando altos prejuízos para o criador.

Essa enfermidade acomete o casco dos equinos e pode causar dor intensa e muito desconforto aos animais. Assim, como os cascos são extremamente importantes para a sustentação do peso e deslocamento, eles exigem muita atenção e cuidados constantes. Caso contrário, as perdas podem ser enormes.

Por isso, é muito importante conhecer a doença para investir na prevenção. Confira a seguir o que é laminite equina, as principais causas, sinais, formas de diagnóstico possíveis e indicações de tratamento. Leia até o final e entenda um pouco mais sobre esse assunto.

O que é a laminite equina

Conhecida popularmente como aguamento, a laminite equina é considerada como uma das principais doenças locomotoras. Ela é caracterizada pelo comprometimento da dinâmica de sustentação e locomoção do animal e todas as raças estão suscetíveis à doença.

Portanto, essa afecção nada mais é que a inflamação das lâminas responsáveis por fixar o casco no osso mais distal da pata dos equinos. Ela é um tipo de enfermidade sistêmica que pode refletir em outros órgãos, sendo classificada de acordo com a gravidade da lesão. Desse modo, possui, portanto, três fases: desenvolvimento ou subclínica, aguda e crônica.

Na maioria dos casos, a afecção acontece nos cascos dianteiros visto que a distribuição de peso é maior nos membros torácicos. Porém, pode acontecer nos quatro cascos.

Embora não seja uma doença contagiosa, é comum mais de um animal na mesma propriedade manifestar os sintomas. Isso, porque todos recebem o mesmo tipo de manejo.

Então, a laminite pode causar muitos prejuízos para o criador, como:

  • Baixo desempenho dos animais atletas;
  • Afastamento de suas atividades;
  • Gastos com medicamentos e cuidados especiais;
  •  Perda do animal devido a necessidade de eutanásia.

Principais Causas

Os principais fatores relacionados com a doença são os distúrbios metabólicos. Esses, afetam o organismo de forma geral e acabam comprometendo a circulação sanguínea. Porém, ela também pode estar relacionada com:

  • Disfunção gastrintestinal;
  • Ingestão excessiva de carboidratos (grãos);
  • Alterações inflamatórias;
  • Traumatismos locais;
  • Enfermidades no sistema digestório;
  •  Obesidade;
  •  Apoio de peso em um único membro;
  •  Retenção de placenta e abortamento;
  •  Baixa concentração de glicose nos tecidos do casco; 
  •  Hipotireoidismo;
  •  Atividades físicas em solos muito duros;
  •  Banhos gelados ou ingestão de água gelada após a prática de exercício.

Sinais clínicos

Inegavelmente, a dor local é o sinal clínico mais recorrente da laminite equina, devido a inflamação. Mas também pode vir acompanhada de:

  • Claudicação;
  • Emagrecimento;
  • Baixa performance;
  • Grande sensibilidade ou rejeição ao pinçamento do casco;
  • Edema;
  • Relutância em se movimentar;
  • Alteração da postura (evitando a pata acometida);
  • Aumento do pulso digital;
  • Tremores musculares;
  • Aumento na frequência cardíaca e respiratória;
  • Temperatura elevada na superfície do casco.

Entretanto, em casos crônicos ou mais graves, é possível observar mudanças na anatomia do casco ou até mesmo necrose.

Diagnóstico

O diagnóstico da laminite tem como base a anamnese completa relatada pelo proprietário, se atentando especialmente aos detalhes do manejo, alimentação e histórico de doenças e tratamentos anteriores. Os sinais clínicos podem ser observados no exame físico.

Do mesmo modo, os exames de imagem também são muito úteis e a ultrassonografia é um deles. Ela é muito recomendada para melhorar a confiança diagnóstica e para o acompanhamento do caso, pois fornece informações precisas, com exames não invasivos. 

Também é possível apostar na radiografia, no bloqueio anestésico dos nervos relacionados e na termografia.

Tratamento

O tratamento da laminite vai depender da conclusão do diagnóstico, mas tem como objetivo principal impedir a rotação da terceira falange, quando ainda der tempo. Ele consiste basicamente em reduzir o processo inflamatório e aliviar a dor e o desconforto.

O profissional pode optar por terapias de suporte e medicamentosas. É recomendado também melhorar o manejo, diminuir a sobrecarga sobre as lâminas e propor mudanças na alimentação.

O médico pode recomendar diversas medidas para melhorar o desconforto do animal. Entre elas: o uso de palmilhas e ferraduras específicas, crioterapia, repouso e camas macias. É possível ainda optar por anti-inflamatório não esteroidal, não narcótico, analgésico, antipirético e vasodilatador, para reduzir a inflamação e a dor.

A administração medicamentosa deve acontecer em conjunto com as práticas de suporte. para evitar efeitos indesejados, é fundamental seguir rigorosamente as recomendações do médico veterinário. 

Como visto a laminite equina é uma doença muito grave e que exige atenção constante para evitar problemas maiores. Notando qualquer sinal da doença, o ideal é procurar imediatamente um médico de confiança.

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Fontes: JA saúde animal, Revista Veterinária, UCB Vet, Syntec.

Equinos

Atualizado em: 5 de agosto de 2021