As interrupções na gestação de éguas representam um grande prejuízo para criadores. Além da falha na concepção e consequente perda do investimento, também prejudica o próximo ciclo reprodutivo da fêmea. E, uma das causas mais comuns de perdas gestacionais no terço final da gestação é a placentite em éguas.
Primeiramente, esse problema chega a representar 30% dos abortamentos em equinos. Isso porque, pode-se dizer que a placentite em éguas é uma condição desafiadora tanto para diagnóstico quanto para tratamento. Principalmente pois não é tão fácil diagnosticar esse problema antes que cause lesões mais graves ao potro.
Para entender um pouco mais sobre esse problema, continue a leitura! Aqui vamos entender um pouco mais sobre as causas, sinais, diagnósticos e tratamentos possíveis.
O que é a placentite em éguas?
A placentite em éguas é uma inflamação da placenta, órgão responsável pela “troca” metabólica realizadas entre mãe e feto, dentre outras funções.
A estrutura que sustenta o feto no útero, o alantocórion permite trocas gasosas e nutricionais e é também um órgão endocrinologicamente ativo com síntese hormonal. Isso é importante para a manutenção e desenvolvimento normal do feto. Já o âmnion é uma membrana que permanece suspensa nos fluidos fetais. Tal estrutura permite que o feto se movimente livremente no útero. São essas as áreas mais suscetíveis ao desenvolvimento da doença.
Causas
A placentite em éguas ocorre a partir da ação de alguns agentes externos. Dentre os quais se incluem bactérias, fungos, vírus e protozoários. É importante ainda destacar que as bactérias são os agentes patogênicos mais frequentes nesses casos.
Outras causas comuns são:
- Infecções causadas por traumas na região;
- Irritações;
- Problemas crônicos em outros órgãos próximos.
Além disso, podemos classificar, a placentite em éguas como sendo de três tipos: ascendente, difusa ou multifocal e focal mucóide.
- ascendente: infecção que ingressa no útero pela cérvix oriunda de contaminação
- na porção caudal do trato genital;
- difusa ou multifocal: está relacionada à disseminação hematógena de microrganismos ao útero da égua;
- focal: placentite envolvendo fungos
Os animais que são mais suscetíveis à placentite equina são as fêmeas multíparas, de meia idade e as mais velhas, que apresentam conformação perineal defeituosa.
Principais sinais clínicos
Os sinais da placentite em éguas são o desenvolvimento prematuro do úbere com lactação, relaxamento cervical, corrimento viaginal, abortamento, morte fetal e parto prematuro.
De modo geral, a placentite pode resultar em vários desfechos, desde a ocorrência de abortos e natimortos. Até mesmo, resultar no nascimento de potros imaturos, dismaturos, ou com retardo no crescimento. Além disso, a separação prematura da placenta pode ocasionar protuberância da membrana corioalantoidiana na hora do parto em éguas com placentite.
Como fazer o diagnóstico?
Para fazer o diagnóstico da placentite em éguas deve-se fazer uma análise da secreção vaginal ou cervical. Além disso, deve ser realizado um macroscópico da placenta, cultura biológica e exame citológico. Também é recomendado realizar tais avaliações logo após o parto, ou aborto, para identificar o problema e tratá-lo.
Já a ultrassonografia transabdominal e transretal permitem a visualização de anormalidades da placenta, do fluído uterino, do cordão umbilical e do feto em éguas com gestações que apresentam alterações. Com isso, é possível perceber quaisquer alterações.
De modo geral, as avaliações ultrassonográficas da placenta de éguas consideradas com risco de abortamento durante o final da gestação são realizadas rotineiramente por ultrassom transabdominal. Nesse exame, é feita uma divisão da placenta em quatro quadrantes: direito-cranial, direito-caudal, esquerdo-cranial e esquerdo-caudal.
O espessamento da placenta e a separação parcial do alantocórion do endométrio são observados por ultrassonografia transabdominal em éguas com placentite causada por infecção hematógena. Além disso, pode-se visualizar uma bolsa de fluído hiperecóica na base da porção inferior do útero de éguas com placentite hematógena.
Por outro lado, a ultrassonografia transretal exibe a porção caudal do alantocórion no final da gestação, gerando imagens de boa qualidade da placenta próxima à estrela cervical.
Possibilidade de tratamento e prognóstico
O tratamento é deve focar em a vários fatores, incluindo o combate à infecção, a redução da inflamação e o controle da atividade miometrial. Mais do que isso, éguas com alterações no exame ultrassonográfico ou que apresentem sinais clínicos compatíveis com placentite devem iniciar o controle o quanto antes. Normalmente são utilizados antibióticos de amplo espectro, anti-inflamatórios e tocolíticos.
Em relação ao prognóstico, pode-se dizer que é variável. Em relação a função reprodutiva, é preciso ter um pouco mais de cuidado, tendo em vista gestações subsequentes podem ser comprometidas. Para o potro, as consequências tendem a ser piores. Uma vez que a placentite em éguas pode ter comprometido a sua saúde ainda no útero.
De maneira geral, devido à grande importância da placentite como causa de perda gestacional e parto prematuro em éguas, é essencial o conhecimento das diferentes formas de diagnóstico e tratamento desta enfermidade. A placentite tem grande impacto econômico não apenas direcionadas á éguas, mas principalmente às sequelas que causam ao potro.
Procedimentos como a ultrassonografia em éguas no terço final da gestação devem ser realizados como métodos preventivos, principalmente em éguas que são susceptíveis a esta enfermidade.
O diagnóstico precoce da doença aumenta as chances do sucesso do tratamento, além da manutenção da eficiência reprodutiva. Sendo assim, é preciso investir em um equipamento de ultrassom veterinário que garanta precisão de diagnóstico. Por isso, confira os modelos indicados para equinos no Shop Veterinário. Clique aqui e saiba mais!
Fonte: Escola do Cavalo e Nucleus Animalium