7 cuidados básicos para ter sucesso com a transferência de embriões em bovinos

transferência de embriões em bovinos

Se você trabalha com reprodução bovina, certamente já deve ter percebido que o mercado da bovinocultura vem apresentando um alto padrão na genética dos rebanhos, não é mesmo? Uma das biotécnicas responsáveis por essa melhoria nas características dos animais é a transferência de embriões em bovinos.

Basicamente, trata-se de uma ferramenta importante para a multiplicação do material genético de fêmeas de alto valor, de forma rápida. Do mesmo modo, outra vantagem dessa técnica é que facilita o transporte e comercialização de descendentes, afinal, é muito mais fácil transportar um vários embriões congelados do que um bezerro já nascido.

Também chamada de TE, esta biotécnica possibilita a coleta e a transferência de embriões de fêmeas doadoras (animal com maior valor genético) para as receptoras (que atuam como barrigas de aluguel). Dessa forma, uma fêmea que naturalmente produziria apenas um bezerro ao ano, tem a possibilidade de aumentar sua produção em mais de 10 produtos anuais. Tudo isso sem a necessidade de gestação e parto.

Para saber mais sobre esta técnica continue a leitura desse artigo! Aqui também vamos falar quais são os cuidados básicos para ter sucesso com a transferência de embriões em bovinos. Confira!

O que é a transferência de embriões em bovinos?

Primeiramente, a transferência de embriões em bovinos é uma biotecnologia que tem como objetivo gerar descendentes de animais que tenham alto padrão genético, de acordo com as exigências selecionadas do produtor e as exigências do mercado consumidor. Decerto, nessa técnica, a ideia é unir as características de machos e fêmeas geneticamente superiores, gerando bezerros de alto padrão. Para tanto, não há necessidade deles estarem na mesma propriedade.

De forma geral, podemos dizer que a TE permite, em um período curto de tempo, aumentar as características raciais mais importantes do rebanho. Ademais, é uma ótima forma de produzir um maior número de animais superiores a um custo mais baixo. Isso se for comparado ao preço do animal já adulto.

Além disso, inegavelmente essa biotecnologia também proporciona outras vantagens tais como:

  • possibilidade de gerar mais bezerros por ano;
  • seleção e aprimoramento genético dos filhotes gerados;
  • oportunidade de comercialização do material genético congelado de animais geneticamente superiores;
  • definição das características mais importantes para a produtividade e para a melhoria da caracterização do rebanho.

Como é feito o procedimento?

Após selecionar uma fêmea bovina com as características genéticas desejadas, chamada de doadora, ela passará por um tratamento a base de hormônios específicos para produzir vários oócitos. Isso ao invés de apenas um, como ocorre naturalmente.

A partir disso, as vacas que serão receptoras dos embriões produzidos são avaliadas. Do ponto de vista de suas características reprodutivas, são classificadas como aptas ou inaptas.

No que diz respeito aos aspectos técnicos da TE, ela está fundamentada na estimulação os ovários com hormônios exógenos, induzindo as múltiplas ovulações. Nesse sentido, logo em seguida, a doadora é submetida à monta ou inseminação artificial.

Após se passarem 7 dias, os embriões são retirados, selecionados com auxílio e um microscópio e transferidos para as fêmeas receptoras selecionadas. São elas as responsáveis por levar a gestação até o seu término.  

É importante ter em mente que as fêmeas receptoras devem estar no mesmo período do ciclo estral das doadoras, além de possuir a mesma espessura de corpo lúteo. Caso contrário, corre-se o risco de perder o embrião.

Quer dominar a técnica de Transferência de Embriões em Bovinos e ter muito sucesso?

Clique e conheça Cenva Pós-Graduação em Reprodução Bovina, um treinamento prático, intensivo e individual exclusivo!

Cuidados básicos para ter sucesso com a TE

Devido a importância da TE para produtividade do rebanho, é inegável a necessidade de um conhecimento técnico aprofundado para a sua correta aplicação.

Para execução adequado do procedimento tomar alguns cuidados. Tais aspectos vão desde as instalações até a avaliação do material genético. Confira mais detalhes a seguir!

1. Tenha atenção com a estrutura para execução da técnica

Em primeiro lugar, para obter bons resultados com a transferência de embriões em bovinos é fundamental dispor de instalações suficientes para a realização do procedimento. Basicamente, a estrutura para a TE consiste em um curral que permita o fácil manejo dos animais, assim como troncos de contenção que garantam a segurança para o médico veterinário quanto para o animal na hora da coleta.

Também é interessante ter acesso fácil a um laboratório para a observação e manipulação dos embriões. Por fim, um equipamento de ultrassom veterinário para avaliação das diversas etapas do ciclo reprodutivo das fêmeas, assim como a confirmação da gestação e seu monitoramento posterior.

2. Selecione as doadoras com cuidado

As doadoras de material genético devem possuir características geneticamente superiores (alinhados a expectativa do produtor), um ciclo estral regular e estado nutricional adequado. Em tais condições, pode-se dizer que o investimento no procedimento tem mais retorno. Além disso, é fundamental observar se esses animais não possuem nenhum problema congênito, pois seriam transferidos para o embrião.

3. O mesmo cuidado vale com as receptoras

O principal cuidado em relação a escolha de fêmeas receptoras é que tenham porte compatível com a raça do embrião, garantindo boas chances de ter uma gestação normal. Além disso, deve ser feita uma avaliação do trato reprodutivo por meio da palpação retal e exame de ultrassonografia veterinária para verificar a saúde interna da fêmea. Aliás, o animal precisa ter condições de gestar o embrião se empecilhos que possam colocar em risco a produção.

4. Siga o protocolo hormonal da maneira correta

O protocolo hormonal diz respeito à sincronização do ciclo estral da vaca e é uma das principais etapas da TE. Além da aplicação correta de substâncias, é preciso observar o surgimento de algum problema, podem ser necessários tratamentos para controlar o crescimento folicular e o momento exato da ovulação.

5. Realize exame andrológico para a seleção de touros

O sêmen utilizado para a TE, seja por meio da monta natural ou inseminação artificial, deve ser proveniente de um touro que possua as características desejáveis pelo rebanho. Para identificar se ele possui tais características e ainda observar se ele é o doador adequado, é primordial realizar o exame andrológico nos animais. Esse exame consiste em avaliar as condições espermáticas e motoras do touro por meio de anamnese, exame clínico e ultrassonografia veterinária

6. Coleta e avaliação dos embriões

A coleta de embriões deve ser realizada entre o 7° e o 8° dia após a primeira inseminação das doadoras. Isto é, por meio de uma lavagem interna do útero com uma solução apropriada.

Depois de coletados devem passar por uma avaliação. Com estereomicroscópio, obedecendo à classificação e os critérios adequados. Então, os embriões que apresentarem anomalias morfológicas deverão ser descartados.

7.  Controle zootécnico

É importante ainda fazer o  controle que está relacionado as anotações que são realizadas ao decorrer do processo. O registro dos dados durante as etapas da TE tem o foco em detalhes como:

  • idade do animal;
  • tempo após o parto;
  • escore corporal.

Em suma, seguindo todos esses cuidados, a transferência de embriões em bovinos será mais segura e eficiente.

Gostou das dicas de hoje? Conheça a nossa linha de ultrassons veterinários para bovinos e obtenha resultados ainda melhores!

Fonte: CPT Cursos Presenciais e Apta Regional

Bovinos

Atualizado em: 15 de setembro de 2022