A criação de gado leiteiro no Brasil é uma atividade antiga e teve início com os portugueses, no período da colonização. De lá pra cá, houveram diversos avanços na cadeia produtiva, aumentando os retornos financeiros. Um desses avanços é, sem dúvidas, a utilização da ultrassonografia veterinária no manejo reprodutivo do gado de leite.
Atualmente o Brasil produz cerca de 35 milhões de toneladas de leite por ano. Conta com um rebanho de aproximadamente 23 milhões de vacas.
Para que a atividade seja rentável é preciso avaliar todo ciclo de produção de leite, a partir do desempenho reprodutivo do animal. Cabe, então, ao médico veterinário, auxiliar o produtor com um programa adequado de saúde do rebanho, visando a maximização do desempenho.
Neste artigo vamos abordar sobre a importância de implantar um sistema de manejo reprodutivo adequado. Também vamos destacar a importância do ultrassom veterinário em suas diversas etapas. Continue a leitura!
Importância de monitorar o ciclo reprodutivo do rebanho
Em um cenário ideal, a produção de leite de uma vaca entre os partos dura em média 10 a 12 meses. Por isso, intervalos entre partos menores aumentam a produção de leite por dia útil. O que resulta em maior número de bezerros nascidos. Por isso, para os médicos veterinários que atuam nessa área, buscar a eficiência reprodutiva, aumentando a produtividade, é essencial.
Um programa reprodutivo eficiente e bem conduzido traz diversas vantagens, tais como:
- aumento da produção de leite;
- aumento do número de novilhas para reprodução;
- menor gasto com tratamentos reprodutivos;
- menor custo com descarte e reposição;
- redução do intervalo improdutivo;
- aumento do ganho genético.
Com o manejo reprodutivo regular do gado leiteiro, o médico veterinário poderá aplicar uma série de biotécnicas reprodutivas. Dessa forma, aumentará as chances de sucesso da produção. Afinal, manipular o ciclo estral, por meio de protocolos de sincronização, e diagnóstico gestacional precoce, permitem maior controle e a rápida tomada de decisão.
Uso da ultrassonografia na reprodução de gado leiteiro
Inegavelmente, o uso da ultrassonografia veterinária é essencial na reprodução bovina. Isso porque, o equipamento permite conhecer e avaliar a fundo diversas estruturas, garantindo mais precisão no diagnóstico e decisões mais acertadas no manejo.
Para o gado leiteiro, as imagens de alta resolução obtidas com o ultrassom veterinário auxiliam nos exames, diagnóstico gestacional e na condução das biotécnicas relacionadas à reprodução.
A seguir, veja como a ultrassonografia é essencial para o melhor rendimento do gado leiteiro!
Diagnóstico dos Ovários
Os métodos tradicionais diagnóstico, tais como a palpação, sozinhos não são eficientes para avaliar a saúde dos ovários. Já a ultrassonografia consegue mostrar com alto grau de precisão as condições do órgão, bem como a presença de cistos ou ainda a espessura do corpo lúteo. Que é essencial para observar a fase do ciclo estral na qual o animal se encontra.
Diagnóstico gestacional precoce
Uma das aplicações mais práticas e difundidas da ultrassonografia veterinária para o gado leiteiro é o diagnóstico gestacional precoce. É o método mais indicado para verificar gestação e permite uma avaliação a partir do 17º dia por meio da detecção da vesícula embrionária. Do mesmo modo, a partir do 28º, é possível identificar o embrião na maioria das vacas se não houver indício de perda da gestação.
O ultrassom veterinário com recurso do doppler permite ainda observar a presença de gestação a partir do 19° dia já que demonstra a alteração no fluxo sanguíneo na região, indicando que ocorreu a fecundação.
Com isso, é possível identificar as vacas que estão vazias após a inseminação artificial ou monta natural. Esses animais poderão ser novamente inseminadas, garantindo a eficiência reprodutiva e evitando que haja atraso na produção de leite.
Identificação de Gestações Gemelares
Na produção de gado leiteiro, a gestação gemelar não é desejável. Uma vez que, nesses casos, há grandes chances de causarem complicações no parto e no pós-parto. Se a situação ocorrer, pode comprometer a eficiência reprodutiva do animal.
A identificação da vaca com gestação gemelar é importante para a definição do manejo a ser adotado e até mesmo a opção pelo descarte dos embriões ou da vaca.
Sexagem fetal
A realização da sexagem fetal é bastante utilizada no manejo reprodutivo de bovinos. A identificação do sexo do embrião é útil principalmente para comercialização de fêmeas receptoras com prenhez de um determinado sexo.
Ou, no caso do gado leiteiro, gestações de bezerros machos nem sempre são bem-vindas. Dependendo da estratégia utilizada, será feito o descarte desse embrião e a vaca será novamente inseminada.
É possível observar estruturas definidoras do sexo na linha média entre os membros posteriores a partir de, mais ou menos, o 50º dia de gestação. No entanto, somente depois do 55º é possível enxergar com clareza a diferenciação.
Aspiração folicular
Outra forma de usar o aparelho de ultrassom na reprodução do gado de leite é na aspiração folicular. Neste caso, o equipamento guia a aspiração de oócitos que serão usados para a produção de embriões in vitro.
É importante destacar que é um tipo de procedimento que requer muita habilidade do profissional responsável. É fundamental saber fazer o procedimento para evitar lesões nos órgãos genitais, sobretudo os ovários.
Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF)
A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) é um procedimento que tem como objetivo superar as deficiências da inseminação artificial padrão que costuma apresentar falhas na identificação do cio e a dificuldade de atingir fêmeas em anestro, ou seja, período em que não há atividade sexual e nem manifestação do cio.
Com isso, o ultrassom veterinário contribui, então, para avaliação e monitoramento do período fértil. Posteriormente para a verificação do sucesso da gestação.
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Fonte: Revista Agropecuária e Beef Point