A IATF é uma das biotécnicas de maior relevância no cenário da reprodução bovina. As vantagens são diversas como, por exemplo, como uma maior taxa de prenhez do rebanho e um melhor aproveitamento do ciclo estral. No entanto, para se obter resultados ainda melhores, é preciso investir em tecnologias, como o uso da ultrassonografia na IATF.
Afinal, de um modo geral, os protocolos para a Inseminação Artificial em Tempo Fixo, não mudam. É necessário, portanto, que o médico veterinário que busque taxas melhores, invista na avaliação do animal e na identificação das características reprodutivas.
O objetivo deste artigo é explicar como a ultrassonografia na IATF pode ser um diferencial na hora de fazer a avaliação correta do animal. Confira!
Avaliação do animal
Ao fazermos uma avaliação do rebanho com o qual estamos trabalhando, normalmente nos deparamos com 5 categorias de animais, que são:
- Plurípara lactante
- Plurípara seca
- Primípara lactante
- Primípara seca
- Nulípara (se dividem em pré-púberes e púberes)
Depois dessa caracterização, devemos partir para a avaliação da estrutura reprodutiva da fêmea. O nosso foco deve ser, principalmente os ovários.
Ovários
Aqui a ultrassonografia na IATF faz uma grande diferença. Neste momento, é preciso observar quais características ovarianas para determinar quais os hormônios se encontram em atividades e quais são predominantes naquele exato momento.
Então, para fazer essa avaliação, é possível utilizar como complemento a ultrassonografia pois permitirá observar com detalhes a estrutura de cada um dos ovários.
No geral, o ovário direito tem maior atividade, ou seja, na maioria das vezes, quando o animal está gestante, o óvulo foi liberado pelo corno uterino direito.
Portanto, se já há uma predisposição para o ovário direito ser mais ativo, a avaliação deve partir desse pressuposto. Assim, dois aspectos que devem ser observados são: a presença de corpo lúteo e folículos em atividade de crescimento. Animais com essas características se encontram cíclicos ou seja, na fase de diestro com início do proestro.
Por outro lado, se houver ausência de corpo lúteo, significa que ele está em anestro. Mas, também existem animais que apresentam um folículo predominante, provavelmente pré-ovulatório e demais sinais de modificações uterinas. O que indica que esteja na fase final do proestro, ou mesmo no estro. Vale lembrar que a vaca libera o óvulo após 12 horas do término do estro.
O resultado da ITAF nesses animais é tende a ser muito positivo. No entanto, é muito difícil na rotina do médico veterinário encontrar vacas com 30 a 60 dias após o parto com bezerro ao pé nessas condições.
Já as vacas que estão no pós parto, apresentam folículos, mas ainda não se encontram ciclando e, por isso, não possuem a estrutura de corpo lúteo. Animais com tais características são a grande maioria dos que são submetidos à IATF. Desse modo, são animais com menor probabilidade de iniciar uma gestação, fazendo com que a taxa de prenhez tenda a diminuir. Por isso, o protocolo deve ser adaptado.
A ultrassonografia na IATF pode revelar ainda a simetria entre os ovários, o que significa que não há atividade ovulatória em nenhum deles.
A ultrassonografia no momento da escolha do protocolo
Nesse sentido, a ultrassonografia na IATF atua também para auxiliar o médico veterinário na escolha do melhor protocolo hormonal. Isso porque, quando o animal apresenta características de que está no período do metaestro ou já com o folículo em desenvolvimento, a carga hormonal será diferente das que se encontram acíclicas.
Dessa forma, o mais indicado para aumentar a taxa de prenhez é fazer a avaliação dos animais com ultrassom, separar os animais em lotes de acordo com as suas características e fase do ciclo estral.
Outro detalhe importante é que podem existir animais com patologias reprodutivas como endometrite, cisto ovariano, folicular ou luteínico, distúrbios na tuba uterina, dentre outros. Esses problemas são ainda mais comuns em vacas de leite. O exame ultrassonográfico vai evidenciar tais alterações e, assim, será possível encaminhar essas vacas para o tratamento ou descarte, evitando a perda do protocolo.
Ultrassonografia no momento da inseminação artificial
Ter como complemento a ultrassonografia na IATF é um grande diferencial para o médico veterinário. Não só na avaliação dos animais, como também, no momento da inseminação propriamente dito.
Desse modo, quando o veterinário chega para depositar o sêmen, é esperado que as vacas estejam ovulando. O que nem sempre acontece, sendo que o mais comum é estar na presença de um folículo pré-ovulatório, característica da fase do metaestro.
A ultrassonografia permite então, avaliar o diâmetro do folículo para identificar se o animal pode ter uma ovulação entre a janela do momento da deposição do sêmen e até o final da viabilidade espermática.
O ideal é que se encontre folículos de aproximadamente 13 mm pois tem uma maior probabilidade de estar prestes a ovular. Folículos menores que 11 mm inviabilizam os resultados da IATF pois não há tempo suficiente para que se desenvolva para de garantir a viabilidade espermática, entre 16 a 24 horas. Desse modo, pode se concluir a fecundação
Diante de tudo isso, pode se afirmar que aderir ao uso da ultrassonografia na IATF traz diversos benefícios para a eficiência reprodutiva bovina e, consequentemente, na taxa de prenhez. No entanto, é preciso estar capacitado para atuar na área, assim como ter um equipamento adequado.
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