O exame andrológico em equinos é um manejo essencial para o sucesso da aplicação de biotécnicas reprodutivas. Com ele é possível avaliar se o garanhão possui as condições físicas básicas para realizar a monta, no período adequado.
De modo geral, o exame andrológico em equinos observa as condições do sêmen, as funções reprodutivas do animal, estado de saúde geral, aparelho locomotor e aparelho genital externo.
Quem trabalha com reprodução equina e quer alcançar eficiência precisa saber realizar esse procedimento para alcançar uma alta taxa de prenhez. E, um dos principais fatores para se alcançar esse resultado é a fertilidade do macho, medida por meio do exame andrológico em equinos.
Um dos grandes desafios, no entanto, é que, muitas vezes, os criadores acabam acreditando que a baixa taxa de concepção se deve apenas à fêmea. Por isso, fazem um investimento maior em biotécnicas reprodutivas visando corrigir o problema. Esse gasto poderia ser evitado em diversos casos, fazendo avaliação da capacidade reprodutiva do garanhão.
É importante destacar que, uma fêmea fértil deixará de produzir um animal por ano. Enquanto que, com um macho infértil, esse prejuízo pode ser ainda maior. Principalmente se considerarmos que em situação normal, um único animal poderia fecundar até centenas de éguas na mesma estação de monta com o auxílio da inseminação artificial.
Diante desse cenário, o médico veterinário que opta por atuar com reprodução precisa dominar a técnica do exame andrológico em equinos. Quer saber mais sobre esse assunto? Continue a leitura!
O que é exame andrológico em equinos?
O exame andrológico em equinos é fundamental é para criadores e médicos veterinários que desejam alcançar eficiência reprodutiva. E claro, obter altas taxas de prenhez por ano. Trata-se um de um conjunto de etapas cujo objetivo é avaliar todos os aspectos que podem estar relacionados com a fertilidade do equino, tais como:
- condição física;
- estrutura do sistema locomotor;
- histórico de saúde;
- fatores hereditários;
- saúde dos órgãos genitais;
- qualidade do sêmen.
Para conhecer todos esses fatores, é necessária a realização de etapas de avaliação que serão descritas a seguir!
Como fazer um exame andrológico?
Exame geral
Essa é a primeira etapa do exame andrológico em equinos. Nesse momento, o médico veterinário deve realizar um exame clínico do animal e, dessa forma, verificar o seu estado de saúde geral, histórico de doenças, verificação do aparelho locomotor, frequência cardíaca e respiratória, olhos, dentição, condição corporal, auscultação digestiva e pulmonar.
Vale lembrar que esses dados são importantes pois o garanhão precisa estar com boa saúde e peso adequado à sua raça e idade para realizar a monta bem sucedida.
Exame do aparelho reprodutor
Nessa fase, o profissional responsável pela avaliação do animal deve analisar como está o sistema genital, tanto no que diz respeito às estruturas externas quanto internas no equino.
Os órgãos genitais externos podem ser avaliados por meio da inspeção e da palpação. Já, para examinar as estruturas internas é necessário o uso de um aparelho de ultrassom veterinário. Com a ultrassonografia é possível enxergar o tamanho e presença de alterações com alto grau de confiabilidade. Além disso é possível observar a irrigação sanguínea local e a precocidade sexual.
Além disso, cabe ao médico veterinário verificar a mobilidade dos componentes do sistema e a sua adequação com a idade, desenvolvimento e raça do animal avaliado.
Comportamento sexual
As éguas são animais poliéstricos estacionais, ou seja, entram no período de estro (cio) apenas em uma época do ano. Isso acontece no final da primavera e início do verão. Apesar do cio de repetir, caso não haja sucesso na fecundação, se o animal perde essa estação, só retornará a atividade sexual no próximo ano. O que representa um grande prejuízo para o criador.
É por isso que é preciso garantir que a égua vá encontrar garanhões com boa saúde para realizar a monta. Nesse sentido, ao se aproximar dessa época, tão importante quanto avaliar a saúde geral macho e as condições nas quais se encontram seu aparelho reprodutor é avaliar o seu comportamento sexual. Isso porque, um dos principais aspectos da monta é que o animal seja capaz de identificar as fêmeas em estro.
Para realizar essa etapa é importante que o profissional observe como o animal se comporta perto das fêmeas no período reprodutivo.
Realização do espermograma
A quarta e última etapa do exame andrológico em equinos é a colheita e análise do sêmen do macho equino. Em primeiro lugar, é preciso coletar o material, para isso, o método mais usado devido à sua eficiência é a eletroejaculação.
Já em relação às análises do material coletado, devem ser levados em conta os seguintes aspectos:
- volume em expresso em mililitros (depende da forma de colheita);
- aspecto tendo como parâmetro avaliação visual e cor;
- turbilhonamento, ou seja, a intensidade da onda de movimentação dos espermatozoides;
- motilidade, expressa pelo percentual de espermatozoides móveis;
- vigor ou intensidade de movimentação individual;
- concentração, ou seja, número de espermatozoides por volume ejaculado.
Por que fazer o exame com periodicidade
Mesmo que não seja tão valorizado pelos criadores, as vantagens de se fazer o exame andrológico em equinos são muitas. Uma das principais é aumentar a lucratividade já que evita que as fêmeas sejam montadas por garanhões inférteis ou subférteis. Assim, reduz o risco de perder o período da monta sem gestação
Além disso, é fundamental para o diagnóstico de doenças reprodutivas ou no sistema locomotor. Com isso, o tratamento pode ser iniciado o quanto antes.
De uma forma geral, alguns dos motivos que justificam a realização desse exame pelos produtores e médicos veterinários são:
- Classificação dos animais em níveis de fertilidade
- Auxílio na seleção para a fertilidade de machos jovens
- Diagnóstico de patologias reprodutivas
- Adequação das fêmeas a serem servidas pelo reprodutor
- Determinação do número de fêmeas que serão montadas
O exame andrológico em equinos deve ser feito próximo da estação da monta ou a cada 90 dias em caso de comercialização do sêmen.
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Fonte: Escola do Cavalo
