A tricomoníase em bovinos é uma das principais doenças sexualmente transmissíveis que acometem esses animais em idade reprodutiva. Ela é silenciosa e pode comprometer drasticamente a eficiência reprodutiva de um rebanho, causando grandes perdas econômicos na pecuária.
Em primeiro lugar, essa doença infectocontagiosa é de difícil controle e já está presente em diversas regiões do Brasil. Ela é muito difícil de ser diagnosticada, por apresentar sinais clínicos menos evidentes. Por isso, é fundamental conhecê-la para procurar estratégias para o seu controle.
Leia este post até o final e se atualize sobre a tricomoníase em bovinos, o que ela causa, quais são seus aspectos clínicos e diagnóstico. Confira!
O que é a tricomoníase em bovinos?
A Tricomonose genital bovina, também conhecida como tricomoníase em bovinos, é uma doença venérea. Desse modo, é transmitida por um protozoário flagelado chamado de Tritrichomonas foetus. Este tem como habitat o trato genital dos bovinos.
O touro é o portador assintomático e o principal disseminador da doença. Assim, os mais velhos, com idade maior que 3 anos, são mais susceptíveis de adquirir e portar a doença permanentemente. Isso porque a medida que vão envelhecendo o local onde o parasita habita vai aumentando.
O protozoário pode ser transmitido do macho infectado para a fêmea suscetível durante o coito, por meio da monta natural. Entretanto, a transmissão também pode acontecer de vacas infectadas ou portadoras, para touros virgens ou em atividade. Ou ainda, pelo uso de sêmen contaminado, durante a inseminação, ou de modo indireto, mas é muito raro.
Estudos apontam que a maioria das fêmeas infectadas podem permanecer por 95 dias até 300 dias com o parasita. Além disso, outras podem ainda manter o parasita durante toda a prenhez. Durante o tempo em que estão infectadas, elas podem transmitir o protozoário aos touros pelos quais forem cobertas.
A Tricomoníase bovina é mais recorrente em lugares onde o controle sanitário é deficiente ou onde a monta natural acontece com mais frequência. Contudo, já se encontra quase totalmente erradicada em países que utilizam intensamente a inseminação artificial.
O que causa e principais sinais
Os touros raramente apresentam sinais clínicos da infecção. Nas vacas a tricomoníase pode causar:
- Inflamação do sistema reprodutivo;
- Vaginite moderada;
- Endometrite;
- Esterilidade temporária;
- Piometrite;
- Salpingite;
- Cervicite;
- Inflamação do útero;
- Aborto;
- Placentite;
- Estação de nascimentos prolongada;
- Infertilidade;
- Repetição de cio em intervalos aumentados e irregulares;
- Diminuição na produção por repetição de cios e abortos;
- Descargas uterinas ou vaginais;
- Morte do embrião.
Além dos problemas reprodutivos, essa enfermidade pode causar diversas perdas econômicas relacionadas com a diminuição na produção, a necessidade de descarte de reprodutores e os custos de tratamento.
Diagnóstico
Os sinais clínicos não apresentam uma característica específica da doença. Portanto, o diagnóstico acontece levando em consideração o histórico reprodutivo do rebanho e o isolamento e identificação do protozoário Tritrichomonas foetus, por exames laboratoriais.
Nos touros, o material coletado deve ser o esmegma ou lavado prepucial e nas vacas, o muco cérvico-vaginal. A identificação também pode acontecer nos fetos abortados ou em suas membranas fetais.
O mais indicado é coletar o material dos touros, por serem eles os maiores disseminadores e estarem em menor número nas propriedades.
Infelizmente, o diagnóstico dessa doença ainda é muito difícil e o sucesso vai depender de diversos fatores. Entre eles, a qualidade do material coletado, a frequência e o período da coleta, a rapidez do transporte até o laboratório e ainda os métodos e meios de cultura utilizados.
O controle da Tricomoníase pode ser alcançado com a utilização de inseminação artificial, a eliminação dos touros infectados e o repouso sexual das fêmeas. Para evitar prejuízos com tratamento das consequências da doença ou com o descarte de reprodutores, vale realizar exames específicos periodicamente no rebanho e usar apenas sêmen de boa procedência.
As práticas de manejo reprodutiva utilizadas no Brasil com sistema de produção extensivo, fazem com que essa doença ainda atrapalhe com muita frequência a reprodução dos bovinos. Consequentemente ela contribui para que os índices reprodutivos da pecuária nacional se mantenham baixos.
Como a ultrassonografia pode ajudar?
Apesar da ultrassonografia veterinária não estar diretamente ligada ao diagnóstico da tricomoníase em bovinos, ela é muito importante para detectar alterações do trato reprodutivo das fêmeas. Aliás, ela pode ser muito útil em diversos procedimentos por ser uma das principais formas de se obter diagnósticos precisos e em tempo real. Por isso, é considerada pelos profissionais da área como uma forte aliada na reprodução bovina.
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Fontes: Atualização sobre Tricomonose genital bovina-Embrapa, Pesquisa Veterinária Brasileira, ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Biológico.