A efusão pleural é um problema causado pela acumulação anormal de líquido pleural. Isso irá levar a uma dificuldade na expansão dos pulmões em pequenos animais. De modo geral, essa é uma condição que provoca dispneia e dificuldade na oxigenação dos tecidos em cães e gatos.
Primeiramente, é preciso entender que o tórax é como se fosse uma caixa que abriga o pulmão e coração. É uma estrutura separada do abdômen pelo músculo do diafragma. Dentro desse espaço não pode ter líquido livre, pois vai impedir o pulmão de se expandir e captar o oxigênio necessário. Nesse sentido, as causas mais comuns de acúmulo de líquido no tórax de cães e gatos são problemas cardíacos, tumores e quilotórax (líquido esbranquiçado líquido em gordura).
Além disso, a efusão pleural normalmente é causada mais por motivos secundários do que pela doença pleural, propriamente dita. Nesse sentido, deve ser tratada como um sinal clínico e não como um diagnóstico. Vale destacar ainda que é um problema muito sério e deve ser tratado o quanto antes.
Veja mais detalhes sobre essa doença a seguir!
O que é efusão pleural?
De modo geral, essa é uma condição que se desenvolve quando alguma outra doença altera as forças que controlam a formação e absorção do líquido pleural. Alguns dos fatores que desencadeiam o problema são:
- Alteração nas pressões hidrostática e oncótica e na permeabilidade vascular ou linfática;
- Traumas, problemas na coagulação e erosões em vasos por tumores ou processos infecciosos;
- Infecção do espaço pleural;
- Alterações no fluxo ou na pressão dentro do tórax;
- Aumento da pressão linfática;
- Alterações ou doenças cardíacas.
De modo geral, na maioria dos animais, alterações no fluxo ou na pressão dentro do ducto torácico podem conduzir à exsudação de quilo de vasos linfáticos torácicos intactos. Porém dilatados (conhecido como linfangiectasia torácica).
Especificamente em gatos, a insuficiência cardíaca esquerda pode ocasionar efusão. Com isso a causa mais comum é a cardiomiopatia hipertrófica, embora outras formas de cardiomiopatias também sejam possíveis. Assim, a insuficiência cardíaca congestiva leva ao aumento da pressão hidrostática venosa, gerando a efusão.
As neoplasias também podem levar à efusão pleural em pequenos animais. Com isso, são capazes de envolver qualquer uma das estruturas intratorácicas. O que inclui os pulmões, os tecidos mediastinais, a pleura, o coração e os linfonodos. Uma dessas neoplasias é o Linfoma que é a mais comumente diagnosticada nestes animais e representa cerca de 30% de todos os tumores nos felinos .
Como diagnosticar essa condição?
Os principais sinais clínicos identificados na ocorrência de efusão pleural são a dispneia, tanto expiratória quanto mista e respiração curta e superficial. Também podem ocorrer casos de ortopneia, cianose e intolerância ao exercício.
Para identificar essa condição em cães e gatos é preciso um fazer exame físico e exames complementares. Tais avaliações devem levar em conta análises de fluidos, radiografia do tórax e ultrassonografia veterinária.
A ultrassonografia torácica é recomendada para detectar, caracterizar e determinar a etiologia da efusão pleural. Além de doenças mediastinais, pleurais e pulmonares, e para avaliar a integridade do diafragma. Portanto, é um método diagnóstico de inestimável valor para se diferenciar doença cardíaca de não cardíacas.
Mais do que auxiliar no diagnóstico dessas enfermidades, esse método permite guiar a toracocentese e a biópsia aspirativa por agulha fina ou a biópsia de nódulos/tumores pulmonares, pleurais e mediastinais, evitando-se assim, perfurar estruturas vitais como grandes vasos.
As vantagens da ultrassonografia sobre a radiografia torácica são: auxiliar na distinção entre opacidades pulmonares e pleurais e na visualização de lesões pulmonares periféricas, que estão inaparentes ou obscurecidas ao exame radiográfico e avaliar comorbidades pulmonares, cardíacas e da cavidade pleural. Uma desvantagem associada à ultrassonografia é a inabilidade de se avaliar lesões localizadas abaixo do pulmão normal.
Tratamento indicado
Um das principais indicações em casos de efusão pleural em pequenos animais é a toracocentese. Trata-se de uma técnica terapêutica e diagnóstica utilizada para o drenar o armazenado e coletar amostras de líquido, efusão pleural, retidos no tórax.
Para a realização da técnica, o local da punção deve ser submetido à tricotomia seguida de antissepsia, a agulha deve ser introduzida em um ângulo de 45º com a parede torácica e com o bisel voltado para o animal evitando assim dilacerar o pulmão ou puncionar um lobo pulmonar desencadeando um pneumotórax iatrogênico.
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