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Por que realizar o monitoramento do desenvolvimento folicular em éguas?

O ciclo estral das éguas ocorre no período de maior luminosidade do ano (primavera e verão) e é marcado por uma série de transformações no comportamento do animal e no sistema reprodutivo. Um dos processos mais importantes para o sucesso da fecundação é o desenvolvimento folicular em éguas. É nessa fase que os folículos irão crescer, se tornar dominantes, ou não, até serem liberados como oócito.

No entanto, durante o período do estro da égua é preciso manter um monitoramento constante para garantir que ela será submetida à monta ou inseminação artificial no momento mais propício para o sucesso na concepção.

Esse acompanhamento pode ser feito por meio da palpação retal aliada a ultrassonografia. Neste artigo vamos explicar um pouco mais sobre a dinâmica do desenvolvimento folicular e como a ultrassonografia auxilia no monitoramento correto. Confira!

Dinâmica do desenvolvimento folicular em éguas

As éguas possuem ciclos reprodutivos contínuos em uma mesma época do ano. Ele pode ser dividido nas seguintes fases: proestro, estro, metaestro e diestro. É no estro que acontece a chamada fase folicular, que é quando a égua se encontra receptiva sexualmente ao garanhão e seu corpo já está preparado para transportar o sêmen até os ovidutos.

Além do estro, o desenvolvimento folicular em éguas ocorre em ondas em outros momentos como durante a gestação e na transição da época anovulatória para ovulatória. Na fase folicular do ciclo estral há um aumento na produção de estrogênio, levando ao crescimento dos folículos, que podem chegar a 30mm de diâmetro.

Durante essa fase, essas estruturas crescem aproximadamente 2 a 3 mm por dia até que um deles se sobressaia se tornando dominante, enquanto os outros regridem para subordinados. Todo esse processo é chamado de onda folicular, que podem ser primárias e secundárias. As primárias surgem no meio do diestro, quando o folículo dominante ovula. Já as secundárias podem surgir no fim do estro ou no início do diestro.

É importante lembrar que os folículos em crescimento de uma onda podem-se misturar com folículos em  regressão de uma onda precedente sendo por isso necessária avaliação diária para diferenciar o estado folicular.

A ovulação espontânea ocorre geralmente quando o folículo dominante atinge aproximadamente os 40 mm de diâmetro. No entanto, esse diâmetro máximo varia de acordo com a época do ano, a raça e o tipo de égua. Depois da ovulação, tem início a fase lútea, com a formação do corpo lúteo devido ao aumento da progesterona.

Monitoramento do desenvolvimento folicular

Os folículos pequenos, médios e grandes são geralmente esféricos e firmes. Entretanto, uma grande porcentagem de folículos pré-ovulatórios,  torna-se aparentemente menos túrgidos e consequentemente não esféricos imediatamente antes da ovulação. O problema é que a palpação transretal de folículos com 10-15 mm de diâmetro pode ser um pouco imprecisa. Mesmo acima dessa medida, a estimativa táctil do número e da dimensão dos folículos é ainda subjetiva. Neste aspecto, a ultrassonografia é um meio mais objetivo para avaliar e monitorizar o desenvolvimento folicular em éguas, começando com folículos tão pequenos como os de 2 mm.

Nesse sentido, a observação dos folículos pelo ultrassom se dá por meio da observação de uma estrutura ovalada. Devido a presença de líquido, são achados anecóicos (escuros). O médico veterinário deve avaliar o diâmetro folicular para entender qual a proximidade com a ovulação e definir quando será feita a inseminação.

A parede do folículo se mostra como uma cápsula no exame ultrassonográfico, sendo esta parede composta pela teca externa, interna, membrana basal e pela camada de células da granulosa. Esta parede sofre alterações de conformação quando alcança 22mm do desenvolvimento folicular. Isso pode indicar sinais de que a ovulação está próxima.

No entanto, vale lembrar que a interpretação da dinâmica folicular deverá ser acompanhada obrigatoriamente da avaliação da textura uterina para ter um quadro mais claro das modificações ovarianas e uterinas.

Principais aspectos

No geral, algumas modificações devem ter uma atenção redobrada na rotina do médico veterinário que trabalha com reprodução equina. São eles: o escore do edema uterino, diâmetro folicular e conformação folicular. No entanto, apenas esses sinais podem não ser suficientes para determinar o momento exato. Por isso, pode-se acrescentar ainda sinais como aumento da ecogenicidade e espessura da parede folicular, presença da zona anecóica, presença da zona serreada e presença do ápice folicular (área apical).

De modo geral, podemos concluir que monitorar o desenvolvimento folicular de éguas com auxílio da ultrassonografia é de extrema importância para um programa eficiente de reprodução. No entanto, além de conhecimento da técnica é essencial investir em bons equipamentos para a execução do monitoramento. Conheça nossa linha de ultrassons para equinos em condições especiais!

Fonte: UFSC, CBRA e UFCG

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