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Ultrassonografia no auxílio ao diagnóstico de doenças toracolombares em equinos

As doenças toracolombares em equinos são hoje um grande desafio para a medicina veterinária, no sentido de reduzir a dor, reconduzir o animal a atividade atlética e minimizar as perdas econômicas. Problemas como a lombalgia, por exemplo, tem grande incidência e impacta diretamente em outras enfermidades como a claudicação, disfunção ou baixa performance na atividade física dos equinos.

Por serem animais muito grandes, há uma dificuldade de acesso, pelo médico veterinário, às estruturas envolvidas. Além disso é comum que não hajam sinais físicos muito significativos. Portanto, deve-se recorrer a outros meios de diagnóstico, sendo que a ultrassonografia em equinos é um dos principais.

Nesse artigo você vai entender mais sobre as doenças toracolombares em equinos e como a ultrassonografia pode ajudar no diagnóstico precoce desses problemas que podem comprometer o rendimento do animal. Confira!

Doenças toracolombares em equinos

A coluna toracolombar é constituída por 18 vértebras torácicas, 6 vértebras lombares e 5 vértebras sacrais fundidas. Dessa forma, a unidade estrutural e funcional da coluna vertebral é o segmento vertebral,  que consiste em duas vértebras adjacentes em conjunto com as estruturas ligamentares, tendíneas e musculares conectando-as entre si.

Com isso, cada uma das vértebras são compostas por um corpo vertebral,  um processo dorsal denominado espinhoso, dois processos transversos e quatro processos articulares sinoviais (dois craniais e dois caudais).

Toda essa estrutura é responsável pela realização de movimentos de dorsoflexão, ventroflexão, lateroflexão e rotação axial. Por ser uma estrutura complexa, muitas doenças toracolombares em equinos costumam surgir. A seguir, vamos explicar brevemente cada uma delas

Síndrome dos processos espinhosos

A síndrome dos processos espinhos, também conhecida como “kissing spines” envolve mais de um tipo de lesão associada sendo que o local mais comum de ocorrência desse tipo de lesão é entre T13 e T18.  Durante a ultrassonografia podem ser observados a diminuição dos espaços entre os processos espinhosos, irregularidades ósseas, efusões adjacentes e desmites dos ligamentos.

Essa doenças toracolombar pode apresentar graus variados, conforme mostra a seguir:

  • 1: diminuição do espaço interespinhoso com esclerose leve das margens do processo espinhoso.
  • 2: perda do espaço interespinhoso com esclerose moderada das margens do processo espinhoso
  • 3: esclerose severa das margens do processo espinhoso
  • 4: esclerose severa das margens do processo espinhoso com alteração morfológica do processo espinhoso.

Desmite supraespinhosa e interespinhosa

As alterações do ligamento supraespinhoso ocorrem geralmente entre as vértebras T15 e L3, e podem estar associadas ao aumento de volume local e dor à palpação. Na hora da avaliação ultrassonográfica, é possível observar as seguintes alterações:  aumento de volume ou espessura ligamentar, áreas hipoecogênicas intra ou periligamentares e alterações estruturais (remodelamento). Estas alterações podem estar no corpo do ligamento ou em suas

Osteoartrite intervertebral dorsal

Essa é uma das principais doenças toracolombares em equinos. As principais alterações observadas são as  assimetrias entre os espaços articulares, modificações na radiopacidade ou reabsorção óssea, proliferações periarticulares, anquilose e fraturas.

Lesão de corpos e discos vertebrais

A lesão de corpos e discos vertebrais não é muito comum nos equinos e está ligada a um grande desafio diagnóstico, devido a dificuldade de ser observada tanto pelo raio X como pela ultrassonografia.

Então, quando são diagnosticadas, estas lesões estão associadas a animais com histórico de lombalgia aguda, intermitente ou crônica.

Miosite e rupturas musculares

Já as alterações musculares estão associadas clinicamente com atrofia uni ou bilateral, aumento de volume (edema) focal, sensibilidade na palpação dos músculos epaxiais ou enrijecimento muscular.  Esse tipo de problema é mais facilmente identificado pelo exame ultrassonográfico, sendo possível observar perda da continuidade das fibras musculares, áreas de efusão ou edema e até mesmo hematomas.

Diagnóstico com auxílio da ultrassonografia

Na hora de investigar doenças toracolombares é preciso, primeiramente, realizar um exame físico, que envolve as seguintes etapas:

  • Promoção da ventroflexão
  • Teste de dorsiflexão
  • Promoção da lateroflexão
  • O exame em movimento no passo, trote e galope sem condutor ou montado

Nesse sentido, a identificação de doenças toracolombares em equinos por meio da ultrassonografia veterinária enfrenta dificuldades devido à complexidade anatômica e funcional das regiões vertebrais e pélvicas. No entanto, essa técnica de diagnóstico por imagem possibilita determinar o local exato das lesões assim como evidenciar sua extensão e gravidade.

É importante destacar que todas as estruturas da região toracolombar podem ser examinadas pela ultrassonografia. Mas, as estruturas que são mais observadas são: o processo espinhoso e ligamentos associados, articulações sinoviais 13 intervertebrais, corpos vertebrais e discos, processos transversos, costelas e junção lombossacra.

A ultrassonografia pode ser realizada com um equipamento que tenha boa resolução de imagem e comporte diferentes tipos de transdutores. Nesse caso, você pode utilizar os seguintes modelos:

  • Linear com  a frequência de 7,5 a 10 MHZ para avaliação de estruturas superficiais;
  • Convexo, com frequência de 3,5 a 5 MHZ para a avaliação de estruturas mais profundas e articulares.
  •  Transretal ou microconvexa  para avaliação transretal  com frequências entre 7,5 a 10 MHZ

De modo geral, a ultrassonografia  é muito útil para doenças toracolombares em equinos e deve ser utilizada para complementar o exame clínico e radiográfico do animal. Isso tanto avaliando os tecidos moles, como também superfícies ósseas e processos articulares.

Portanto, para realizar esses diagnósticos, você precisa de um bom equipamento de ultrassom veterinário. Confira as condições exclusivas do Shop Veterinário clicando na imagem abaixo!

Fonte: Ibevet e Unesp

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