As doenças gástricas em bovinos causam grandes transtornos aos médicos veterinários devido a complexidade de controle, diagnóstico e tratamento. Além disso, elas podem ser fatais gerando um grande impacto econômico para os pecuaristas.
Tal fato demonstra a necessidade de investir em estratégias preventivas e diagnósticos eficientes para facilitar o tratamento. Portanto, por ser uma técnica moderna, pouco invasiva e muito precisa, a ultrassonografia é hoje uma forte aliada na identificação de enfermidades gastrointestinais em bovinos.
Leia este texto até o final e entenda a importância de investir em conhecimento e tecnologia para diminuir perdas com mortes de animais ou custos de tratamento e ainda se destacar no mercado. Para te ajudar, veja a seguir o que são as doenças gástricas em bovinos, causas e como podem ser diagnosticadas.
Doenças Gástricas
Primeiramente, os distúrbios no sistema gastrointestinal de bovinos ainda acontecem com grande frequência no Brasil. Então, essas doenças acometem os órgãos do sistema digestivo e órgãos anexos da digestão, podendo ser ou não inflamatórias. Elas também podem ter duração, intensidade e sintomas variáveis, sendo letais em alguns casos.
É comum que essas doenças bovinas estejam associadas ao sistema de criação, que na maioria das vezes costuma ser extensivo ou semi extensivo. Desse modo, nesses tipos de sistemas, o rebanho fica mais suscetível a fatores de risco.
Mas por outro lado, possuem muita relação com o inadequado manejo nutricional, o fornecimento de nutrientes em excesso ou alimentos em quantidade ou qualidade inadequados.
Principais doenças gástricas em bovinos
- Alcalose ruminal;
- Abscesso reticular;
- Indigestão simples;
- Acidose láctica ruminal;
- Deslocamento do abomaso à esquerda e a direita;
- Retículo peritonite traumática (RPT);
- Timpanismo ruminal (espumoso e gasoso) ou Meteorismo;
- Úlcera de abomaso.
Causas
- Intoxicação por uréia;
- Intoxicação por plantas tóxicas;
- Alimentos inadequados;
- Manejo nutricional incorreto;
- Ingestão de objetos metálico e pontiagudo;
- Situações estressantes;
- Desequilíbrio entre micro-organismos bons e ruins;
- Fatores predisponentes como: raça, doenças concomitantes, antecedentes genéticos, prenhez gemelar, primeiras semanas de lactação, transtornos metabólicos.
Sinais Clínicos
Veja a seguir quatro doenças e seus sinais:
Acidose láctica ruminal aguda: anorexia, rúmen repleto e atonia ruminal, diarreia aquosa e fétida, distensão abdominal e desidratação.
Alcalose ruminal (intoxicação por uréia): desidratação progressiva, excitação, agressividade, dor abdominal, incoordenação, fraqueza, convulsões, mugidos altos, bruxismo, tremores dos músculos da face, dispneia, cianose, anúria, hipertermia, movimentos das orelhas seguidos de fraqueza muscular e enrijecimento dos membros.
Deslocamento de abomaso: anorexia, diminuição na produção de leite, fossa paralombar afundada, olhos fundos na órbita, dor evidente, dificuldades na respiração, apatia, desidratação, taquicardia, taquipnéia, timpanismo, hipomotilidade ruminal e intestinal e fezes liquefeitas, enegrecidas e com odor fétido, escassas ou ausentes com a presença de muco.
Timpanismo ruminal: aumento de volume abdominal esquerdo, dificuldade de eructação, dispneia, dificuldade para caminhar, decúbito e morte.
Como diagnosticar
Em primeiro lugar, o diagnóstico de doenças gástricas, pode ser feito de diversas maneiras. Mas, independente da escolha, para identificar a doença, é fundamental analisar os dados epidemiológicos e os sinais clínicos do paciente.
Desse modo, o ponto inicial do diagnóstico deve ser sempre a anamnese completa. Nesse momento, o médico veterinário deve analisar detalhadamente o histórico alimentar do paciente e os sinais observados.
Assim, de posse desses dados em mãos, o profissional pode dar seguimento ao diagnóstico através de exames físicos e análises laboratoriais.
Na suspeita de timpanismo, por exemplo, ele precisa analisar o líquido ruminal verificar o pH urinário, do rúmen ou o fecal. Deve ainda, avaliar se há obstrução no esôfago e usar a sonda para facilitar o diagnóstico, observando se ela passa, qual a dificuldade e se o gás está sendo liberado.
Se após analisar os sinais clínicos e os fatores epidemiológicos, o veterinário suspeitar de intoxicação por uréia, a situação muda. Nesse caso, o diagnóstico pode ser confirmado através dos níveis de amônia no sangue total, no conteúdo ruminal e no olho.
Dependendo da suspeita, o veterinário deve puncionar a região e realizar a auscultação.
Já nos casos Retículo peritonite traumática, abscesso reticular ou deslocamento do abomaso é muito importante utilizar exames complementares de diagnóstico por imagem para confirmar o diagnóstico.
Uso do ultrassonografia
A ultrassonografia é o método complementar mais utilizado para diagnosticar doenças gástricas em bovinos. Com ela não há necessidade de sedar o animal e se evita a necessidade de utilizar métodos invasivos e trabalhosos.
As vantagens da ultrassonografia se estendem ao fato de serem acessíveis, de fácil utilização e não apresentar efeitos biológicos nocivos para o animal e o operador. Além disso é o exame que consegue detalhar com maior eficácia as estruturas do organismo sendo muito útil para definir o prognóstico do animal.
As doenças gástricas em bovinos são muito sérias e podem levar a perdas de produção e morte. Ao notar qualquer sinal de anormalidade, os responsáveis devem encaminhar os animais doentes para um centro de referência o mais breve possível. Isso é fundamental para melhorar o prognóstico e garantir o bem estar do paciente.
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Fontes: BRANDOLT, Inácio Manassi da Conceição, PATRÍCIO, António Maria Pinheiro Caldeira, Ciência Animal,